O vice-governador Flávio Arns afirmou ontem, quarta-feira (15) que o Paraná vai se mobilizar para cobrar a inclusão de obras no pacote de R$ 133 bilhões de investimentos em rodovias e ferrovias anunciado pelo governo federal. “Não fomos ouvidos, não fomos consultados e não fomos contemplados”, disse.
Arns afirma que o Estado foi simplesmente desconsiderado pela União, apesar de contar com três ministros paranaenses em Brasília. Ele classificou tal situação como “um total descalabro de planejamento”.
Para o vice-governador, a reação deve ser contundente, tanto por parte do executivo estadual e da bancada federal paranaense quanto da sociedade. “Basta de discriminação. Essa situação não tem o menor cabimento”, disse. “Vamos lutar para mudar isso, até porque o Paraná merece uma contrapartida a altura daquilo que produz em favor do País”, afirmou o ele, que acompanhou o anúncio do pacote de obras em Brasília.
Flávio Arns afirmou que o Estado responde por mais de 20% da produção brasileira de grãos e, só por isso, deveria receber a atenção devida por parte do governo federal, para que possam ser resolvidos gargalos de logística que comprometem o desenvolvimento estadual.
Ele ressaltou que não é possível aceitar que não haja uma única obra rodoviária prevista no pacote do Ministério dos Transportes. “O Paraná aparece no pacote em duas obras ferroviárias, mas ao que tudo indica só está nos projetos por que fica entre São Paulo e o Rio Grande do Sul”.
Obras sugeridas pelo Paraná ao governo federal e que deveriam estar no Programa de Investimentos em Logística são:
RODOVIAS
BR-163: Os investimentos são interrompidos na divisa PR/MS. No Paraná, é o principal corredor que liga todo o extremo oeste paranaense, desde Guaíra até Barracão (divisa com Santa Catarina e Argentina), cujo tráfego em alguns segmentos ultrapassa 8.000 veículos/dia. Sugestão: duplicação entre Cascavel e Capitão Leônidas Marques; adequações melhorias entre Capitão Leônidas Marques e Divisa com SC e Toledo e Marechal Cândido Rondon;
BR-153: Rodovia Transbrasiliana, corta o Brasil de norte a sul e tem investimentos previstos em Tocantins, Goiás e Minas Gerais. O Paraná anseia há muitos anos pela consolidação desse importante eixo de integração através da implantação do único segmento faltante no corredor nacional. Trata-se do trecho Alto do Amparo – Imbituva, cujo edital para contratação de projeto estava em vias de ser publicado desde 2010. Hoje esta obra não consta sequer do orçamento do DNIT/PR, mas está no PAC.
BR-487 – Estrada Boaideira. Trecho de ligação entre o Sul e o Centro-Oeste do País. O Paraná pede a implantação do trecho Porto Camargo – Cruzeiro do Oeste e a construção entre Campo Mourão e Cruzeiro do Oeste;
BR-101: Rodovia Translitorânea. Previstas obras para o Estado da Bahia. O Paraná pleiteia a construção de corredor entre a divisa de Santa Catarina – Paranaguá – divisa de São Paulo na faixa do Litoral.
FERROVIÁRIAS
GUARAPUAVA – LITORAL: Trecho mais relevante a ser considerado nos projetos de logística do Estado não foi contemplado pelo governo federal. Há necessidade de ampliar a capacidade de circulação no trecho, oferecendo melhores condições de transporte para as principais regiões produtoras de grãos do Paraná.
RAMAL CASCAVEL – GUAÍRA – MARACAJU: Trecho cuja concessão para administração e operação é da FERROESTE. O que a União propõe é uma ligação entre Mafra – Cascavel – Maracaju, passando por Porto Camargo.