Os paranaenses fumantes destinam cerca de 8% da renda familiar per capita (por pessoa), mensalmente, para a compra de cigarros. Os dados constam na pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apresentada nesta quarta (31).
O gasto mensal chega a quase 10% da renda entre os fumantes de 15 a 24 anos, atingindo 11% entre aqueles com ensino fundamental incompleto. A pesquisa faz parte da campanha que marca o Dia Mundial sem Tabaco, comemorado no dia 31 de maio. De acordo com o médico André Szklo, um dos autores do estudo, o levantamento mostra uma relação direta com a renda.
De maneira geral, a variação maior ocorre no rendimento e não tanto no gasto. Para pessoas que têm escolaridade mais baixa, que moram em Estados ou Regiões em que a renda média é menor, o gasto com cigarro acaba tendo uma contribuição relativa maior.
Por isso, entre os fumantes de baixa escolaridade, o comprometimento do gasto com cigarro é maior do que entre fumantes que tenham escolaridade mais elevada. Isso ocorre em função da renda domiciliar per capita do domicílio do fumante.
A mesma coisa ocorre em Regiões do país. No Norte e Nordeste, onde a renda média é menor, comparada com o Sudeste e Sul, o comprometimento do gasto com o cigarro é maior também. Por sexo, o percentual alcança 8% para os homens e 7% para as mulheres.
PREÇO DO CIGARRO
André Szklo informou que essa contribuição tem influência de duas variáveis: quanto a pessoa está gastando em média, naquele mês, com cigarro, e o rendimento médio dos domicílios daqueles estados onde há um morador fumante.
Como se consome um cigarro muito barato no Brasil, André Szklo disse que isso leva a pessoa a não parar de fumar. Além disso, os adolescentes e jovens, principalmente, acabam motivados e conduzidos a começar a fumar, estimulados pelo preço muito baixo.
Então o pesquisador alertou que o gasto com cigarro compromete a renda domiciliar e poderia ser aproveitado de outra forma. Por exemplo, no consumo de alimentos saudáveis ou em atividades de lazer, físicas, esportivas e prevenção de doenças.
Se a gente voltar a aumentar o preço do cigarro, os fumantes vão acabar gastando menos, porque vão parar de fumar. O custo do tabagismo para o país representa muito mais do que é arrecadado em termos de impostos pela indústria do tabaco. Arrecadação chega a 10% do custo estimado de R$ 125 milhões por ano.
Para ele, a solução é aumentar as alíquotas que incidem sobre os produtos finais do tabaco. E assim, haverá um acréscimo sobre o preço final do cigarro. Os recursos desse imposto devem ser canalizados para o Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, para tratamento de doenças relacionadas ao uso do tabaco.
(*Com informações da Agência Brasil)
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