22/08/2023
Brasil

Parece fácil, mas não é!

Que as eleições municipais deste ano serão diferentes, todos já sabem. Menos tempo de propaganda na rádio e na tevê, menos recursos, crise política e econômica, processos de cassação de deputados, senadores, processo de impeachment aberto contra a presidente Dilma Rousseff, e um desgaste generalizado da classe política, recheiam o pleito. Esses últimos acontecimentos na política brasileira mudam a maneira de pensar de grande parte dos eleitores e os candidatos devem se adaptar a essas mudanças. O eleitor vai julgar o seu comportamento, as suas ações, a sua idoneidade.

Assim sendo, a confiança será a principal característica que o candidato deve despertar no eleitorado, devendo demonstrar uma postura de pessoa correta e confiável, sem promessas absurdas. Deve ter proximidade com o eleitor, olhando nos olhos e lembrando o nome de todos, quando estiver numa reunião, por exemplo. A pontualidade nos compromissos também será observada, assim como a comunicação com discurso que convença, que cause impacto na sociedade. Para isso será preciso também observar os gestos, as palavras, a entonação da voz, a expressão facial e corporal.

Na gravação de um áudio visual é importante que a equipe esteja atenta em todos os detalhes. Os vídeos devem ser simples, com conteúdo explicativo, mensagens claras. A era dos programas com produção cinematográfica acabou. Com a redução no horário da propaganda eleitoral gratuita a mensagem tem que ser concisa e muita clara, direta.

Uma ferramenta de suma importância está presente nas redes sociais. Constituindo-se num grande desafio, é preciso que o candidato e sua assessoria as dominem da maneira certa, pois qualquer postagem sem visão política poderá acarretar perda de voto, comentários desagradáveis. É preciso estar atento, porque o adversário estará ligado para atacar em qualquer mancada, podendo até ridicularizar o outro candidato. Aliás, isso já vem acontecendo em redes sociais que tem Guarapuava como cenário político.

Apesar de todas essas possibilidades, elas funcionarão apenas como complemento, porque o corpo a corpo surge como a principal fase da campanha. Pode ser fácil, mas não é. Considero como a parte mais difícil desse processo, pois será necessário autocontrole do candidato  que terá que responder perguntas indesejáveis, principalmente, se já estiver no exercício do poder.

Cristina Esteche

Jornalista

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