PC prende casal envolvido em fraude imobiliária em Guarapuava

A Seção de Estelionatos da 14ª Subdivisão Policial de Guarapuava deflagrou na manhã desta quarta (26) a Operação Platium e cumpriu mandados de busca e apreensão e de prisão dos investigados Dalvan de Lara Delgado da Silva e Aline Flores de Oliveira. O casal é responsável pelas empresas Platium Imóveis Ltda. e Platium Construtora Ltda.

Durante o cumprimento das ordens judiciais, a PC apreendeu diversos materiais de interesse investigativo, além de um Jeep Compass, identificado como adquirido com valores provenientes das vítimas. Conforme a polícia, as investigações tiveram início em maio de 2025, após a identificação de um esquema estruturado de fraudes imobiliárias envolvendo a comercialização de terrenos sem matrícula individualizada.

Além disso, não havia desmembramento regular perante o Município, assim como qualquer autorização dos proprietários legítimos. As empresas também ofertavam contratos de construção de casas que jamais foram iniciadas. O esquema levou dezenas de consumidores a prejuízo financeiro e à frustração do sonho da casa própria.

MAIS DE 100 BOLETINS REGISTRADOS

Ao longo do ano de 2025, houve o registro de mais de 100 boletins de ocorrência relacionados ao caso. Desses 26 contaram com representação formal até a presente data. O prejuízo apurado das vítimas que representaram alcança aproximadamente R$ 650 mil. No entanto, há indícios de que o montante total possa ser superior a R$ 1 milhão, dada a quantidade de vítimas que ainda não representaram.

Os investigados acabaram conduzidos à 14ª Subdivisão Policial de Guarapuava, para adoção das medidas legais cabíveis. As apurações prosseguem para identificação de novas vítimas, recuperação de valores e esclarecimento integral dos fatos. O Delegado de Polícia Ramon Galvão Zeferino destacou a gravidade da conduta.

Trata-se de um esquema que atingiu diretamente o sonho da casa própria de inúmeras famílias, muitas delas pessoas humildes que comprometeram economias de uma vida inteira. A fraude reiterada não apenas provocou prejuízos financeiros significativos, mas violou a dignidade e a confiança social, razão pela qual a resposta estatal precisa ser firme e proporcional à gravidade dos fatos.

NOTA DA DEFESA

O criminalista Marinaldo Rattes que representa os investigados, divulgou uma nota oficial, informando que irá postular pela revogação da prisão preventiva do empresário e da esposa. “Tendo em vista que a prisão preventiva é extemporânea e alguns acordos extrajudiciais foram adimplidos, outros acordos de rescisão de contrato foram interrompidos os pagamentos devidos uma ordem de sequestro e arrestou que bloqueou todos os bens do empresário e de sua esposa e ativos financeiros”.

Para Rattes, a prisão é ilegal, especialmente em relação à esposa do empresário que está em estado puerperal, a qual deve amamentar um recém-nascido de apenas quarenta dias.

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