O vento no rosto, o cheiro do mato, o contato com as pessoas, o canto dos passarinhos e o barulho da água, superam qualquer cansaço que possa ser sentido pelo casal Ricardo Caimi, 57 anos, e Marta Martines, 58 anos. Os dois preparadores físicos, donos de uma academia em Rosário Del Tala, na província Entre Rios, na Argentina, estão pedalando pelas estradas há 91 dias, completados neste domingo (8), e o projeto é chegar ao México. Na bagagem, além dos 50 quilos entre barraca, fogão, roupas, sacos de dormir, entre outros, o fiel companheiro Dodo, um cão com 12 anos de idade, os acompanha na aventura.
O nome do projeto traduz a mensagem: Cicloturismo: Nunca es tarde”. “Nunca é tarde para viajar, para amar, para realizar, para fazer exercício”, diz Marta. Ricardo, que conhece o Brasil há 49 anos, disse que o brasileiro é um povo sedentário e, por isso, doente.
“Há muitas farmácias numa só quadra. É preciso que as pessoas se exercitem. Por isso, por onde passamos, damos aulas, motivamos as pessoas. Vamos a asilos, Apaes”, afirma Ricardo.
Há quatro dias em Guarapuava, o casal quer ir à APAE e em locais onde possam divulgar a proposta. Tão logo cumpram o objetivo na cidade, seguirão para Turvo, e em seguida à Pitanga, onde esperam encontrar um local para fixar a barraca e interagir com a comunidade.
O casal já soma 28 mil quilômetros pedalados, enfrentando os perigos da estrada. Eles que já passaram pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e de onde seguirão a São Paulo, dizem que as rodovias brasileiras não obedecem a lei.
“É preciso ter um metro e meio de acostamento e isso não existe, o que aumenta o perigo para ciclistas”, observa Ricardo.