22/08/2023
Blog da Cris Paraná

Pedido de cassação já está na Comissão de Ética

Renato Freitas afirma ter sido alvo de agressão e perseguição. Pedidos de cassação ganham força na Assembleia num cenário polarizado

Deputado Delegado Jacovos (Foto: Alep)

O deputado estadual Renato Freitas (PT) tornou-se o centro de uma polêmica com repercussões políticas e institucionais após se envolver em uma briga na Região Central de Curitiba. Inicialmente acusado de iniciar a agressão, Freitas divulgou, nessa quinta (20), novas imagens em que alega provocação, perseguição e agressão, primeiro por três homens. O episódio, ocorrido na véspera do Dia da Consciência Negra, foi contextualizado por ele como reflexo de uma perseguição racial e política recorrente.

O caso rapidamente migrou das ruas para as redes sociais e do ambiente digital para o institucional. Freitas recebeu apoio expressivo de parlamentares e figuras públicas de esquerda. Enquanto nomes da direita, como o vereador Guilherme Kilter (Novo), cobraram publicamente a cassação por quebra de decoro. As postagens dos dois lados somaram centenas de milhares de interações, evidenciando a polarização do episódio.

O episódio ganhou contornos ainda mais complexos após um advogado de Curitiba sair em defesa do manobrista envolvido na briga. O criminalista, conhecido por defender pautas conservadoras, tratou o envolvido como vítima. Em contrapartida, postagens começaram a circular alegando que o manobrista, em tese, teria antecedentes criminais. Nenhuma dessas informações foi oficialmente confirmada até o momento.

EMBATES

Com um histórico de embates, incluindo uma tentativa de cassação em 2022 e a suspensão temporária de prerrogativas parlamentares em 2025, Freitas volta ao centro de uma crise institucional que ultrapassa a esfera da conduta pessoal. Em vídeo recente, afirmou: “Eu não aprendi a abaixar a cabeça”, reforçando o posicionamento como figura de enfrentamento e símbolo de resistência política, social e racial.

Agora, o caso está oficialmente sob análise do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), presidido pelo deputado Delegado Jacovós (PL). Compõem ainda o colegiado Marcio Pacheco (PP), Delegado Tito Barichello (União), Dr. Leônidas (Cidadania), Artagão Júnior (PSD), Márcia Huçulak (PSD) e o próprio Renato Freitas. Bem, pela linha ideológica, dispenso comentário.

No entanto, a participação dele na comissão poderá ser revista, dado o envolvimento direto no processo. Vale lembrar que o Conselho passou por recente reformulação, ampliando a composição e atualizando o regimento. Conforme o Presidente, Alexandre Curi, com objetivo de garantir mais celeridade e segurança jurídica às deliberações.

MISSÃO DA ALEP

Diante disso, caberá à Alep, por meio do Conselho de Ética, distinguir com clareza o que é fato, o que é símbolo e o que, de fato, configura quebra de decoro. Em tempos de viralização e julgamento instantâneo, o desafio da Casa é tratar o episódio com responsabilidade, transparência e isenção. Sem ceder à pressão dos algoritmos nem ao clamor das torcidas digitais.

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Cristina Esteche

Jornalista

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