22/08/2023
Guarapuava Segurança

PEG busca identificar falhas que geram fugas da Unidade de Progressão

A Penitenciária registrou mais uma fuga nessa segunda (6). O diretor afirma que há uma tentativa de identificar se há falhas na seleção

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PEG busca identificar falhas que geraram fugas da Unidade de Progressão (Foto: PEG-UP)

A Penitenciária Estadual de Guarapuava – Unidade de Progressão (PEG-UP) registrou mais uma fuga de detento nessa segunda (6). Conforme as informações do boletim da Polícia Militar, a situação aconteceu por volta das 9h, no bairro Industrial. Um policial penal entrou em contato para relatar que o preso havia fugido do local.

Trata-se de Paulo Henrique de Almeida de 29 anos que poderia progredir regime neste ano. Ele saiu de um canteiro de uma empresa para a qual deveria prestar serviços e não retornou para a unidade prisional. No dia 20 de fevereiro, também em uma segunda, outro preso havia fugido de um canteiro de obras, não retornando para a unidade.

Em outubro, quatro presos fugiram pelo telhado da PEG-UP, no bairro Conradinho, por volta das 23h20. De acordo com a PM, um policial penal informou que haviam fugido um detento de 20 anos natural de Nova Laranjeiras e outros de 25, 26 e 28 anos naturais de Pinhão.

Conforme o diretor da PEG UP, Paulo Bilek, a unidade busca identificar as falhas que geraram fugas da Unidade de Progressão. Ele afirma que, apesar disso, os detentos são recapturados pela Polícia Militar, no máximo em uma semana após a fuga.

BUSCA DE FALHAS

Antes de passar para a Unidade de Progressão, o detento precisa passar por uma ‘seleção’ e para se manter na unidade, precisa ter disciplina. E principalmente, estar disposto a trabalhar e a estudar. Por isso, o diretor afirma que há uma tentativa de “identificar qual é a causa, a falha, na seleção desses presos”.

“Deve ser alguma coisa que nós não conseguimos identificar ainda, mas já estamos trabalhando para solucionar isso daí”. Contudo, questionado pelo Portal RSN, ele afirmou que não tem um levantamento de quantas fugas já aconteceram em 2023.

Como na PEG-UP os presos podem sair para trabalhar e estudar, no local não há celas, algemas ou grades. Apesar de o regime ser fechado, os presos não são faccionados e ficam soltos. Isso porque, a Unidade de Progressão admite apenados que tem bom comportamento carcerário e estão em fase final de cumprimento de pena.

Assim, há ações voltadas para a saúde, bem-estar, profissionalização e reintegração do detento na sociedade. Dessa forma, não teria como impedir as fugas, mas a seleção de quem vai para a unidade deveria mudar. Para Paulo, “quem foge perde uma ótima oportunidade que recebeu do Estado”. Após recapturados, todos os fugitivos retornam para uma prisão comum.

QUEM VAI PARA A PEG-UP

Para ingressar na PEG-UP, o detento não pode ter histórico de fuga, assim como há requisitos como o tipo de pena que ele cumpre. Conforme o Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen), apenados por crimes hediondos não têm direito à progressão de penas, exceto em casos sem violência.

Além disso, criminosos sexuais também não têm esse direito. Outro ponto importante, é que o tempo de pena para progressão de regime não pode ser maior que cinco anos. Por fim, também se considera o comportamento do detento na unidade de origem.

Dessa forma, quando há vagas na PEG-UP, uma comissão avalia o perfil dos indicados nos dois critérios. A capacidade de lotação da unidade é de 270 presos. Atualmente há 268. Entre eles, os 268 estudam, já que é obrigatório e 233 trabalham. Ou seja, 100% deles estudam e 85% trabalham. Além disso, 200 detentos ganham 3/4 do salário mínimo.

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Antunes

Jornalista

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