Por Cristina Esteche
+Acusado pela morte de Ana Claudia vai a julgamento nesta quinta
Pela primeira desde que matou a esposa o réu Reginaldo Casagrande Gomes, confessou o crime, durante depoimento prestado à juíza Paola Gonçalves Mancini, ao promotor Vitor Hugo Nicastro Honesko e ao Corpo de Jurados, composto por cinco mulheres e dois homens.
No relato Reginaldo relembrou o relacionamento com Ana Claudia e disse que o crime foi uma fatalidade. “Eu a amava muito e ainda a amo, mas como estávamos em processo de separação, na noite da tragédia, após jantarmos na casa de um tio que acabou contando que ela já estava se relacionando com outra pessoa, voltamos para casa e fomos dormir. Quando acordamos ela foi limpar a casa e eu iria trabalhar, mas ela começou a perguntar porque eu estava muito quieto. A discussão foi evoluindo e ela me atacou com uma tesoura”. Em seguida, disse que tentou segurá-la, mas como ela insistia ele a esganou com as mãos. “Quando vi que o nariz dela sangrava muito tentou reanima-la mas ela já estava sem pulso. Entre em pânico, fiquei na casa por algum tempo. Pensei em fugir e até em suicídio, mas fui trabalhar e até chamei um funcionário que só trabalhava à tarde para ir de manhã. Eu estava em choque”, disse.
Às 12 horas, quando voltou para a casa, Reginaldo disse que chamou o Samu para socorrê-la. “Mas já não dava mais”. Mediante as perguntas do promotor, que leu parte de depoimentos de mais de 70 testemunhas, o réu nega as acusações e se diz arrependido. Os depoimentos garantem que Ana Claudia e a mãe Natália, que também pode ter sido vítima de ações fatais do genro, temiam as ameaças do reú. As afirmações revelam que Reginaldo ameaçava de morte as duas mulheres e estuprava tanto a mãe quanto a filha. Numa das conversas entre Ana Claudia com amigas, vizinhos e familiares, ela chegou a dizer que sabia que tinha sido ele que tinha matado a sua mãe. A mulher morreu asfixiada; foi ele quem encontrou o corpo e impediu que fosse feito necropsia. Porém, um bilhete escrito pela vítima revela o crime. Não há nenhuma ação penal sobre esse caso.
Segundo o promotor, Ana Paula disse a uma amiga que temia o esposo, pois ele dormia com um revólver debaixo do travesseiro. Reginaldo confirmou que possuia a arma e disse que esra para a segurança de Ana Claudia, já que esta vinha sendo ameaçada por sair com um homem casado.
Finalmente, ao negar que seja um homem violento, ele se arrependido pelo que fez e concorda que deve ser condenado.