Nada há de novo neste país, apenas a lição pedagógica de que precisamos criar um novo ambiente político para as próximas gerações.
Foi o simpatizante da Rede Sustentabilidade Paulo Barreto quem perguntou e respondeu: "o que a geração que está no poder está disposta a fazer para evitar uma herança maldita para as próximas gerações? Menos do que o necessário".
Obstinados em nos enganar mais que o necessário os atuais ocupantes do poder oficial não estão em condições de nos tirar da tragédia deste momento mórbido em que nos encontramos.
Então pergunto: do que adianta tensões sem soluções ? Então respondo: nossa tensão e resistência no tempo presente poderá ajudar a próxima geração. A tensão pela tensão não nos trará um cenário diferente de imediato, mas sim em longo prazo. O que nos resta ? Reconhecer, ao menos, o que está acontecendo, compreender sua essência e utilizar tudo isto em favor de nossos filhos e netos.
Então temos o primeiro diagnóstico. Grande parte do que está acontecendo se deve por escolhas inoportunas. Não se trata de destino. Destino é menos má sorte e mais erro.
Como bem expressou o Sociólogo Fornazieri: “O PT se destrói e se deixa destruir porque errou, erra e não porque não sabe se defender. O PSDB se destrói porque adotou como único objetivo a destruição do PT e tudo o que ele representa. Nada disso é edificante para o futuro da democracia brasileira”.
Sobre o PT, em particular, o que se vê, de forma cristalina, é a visão reducionista que transforma todo e qualquer adversário (do maior ao menor) em inimigos e a verdade de que seus militantes não conseguem esconder a dificuldade em lidar com o pluralismo de ideias.
Sobre o PSDB, o que se vê é um partido rachado, com complexo de inferioridade em relação ao PT e sua atuação no social, recheado de oportunismo, pouco objetivo e que vive de colunismo e de ideias abstratas que não dizem respeito a quem mais interessa, o povo.
Tão culpada quanto os dois maiores partidos do País, a sociedade, cada vez mais confusa, atacando e exigindo o fim deste governo, ao mesmo tempo em que quer que este governo busque a solução. Tão confuso quanto a sociedade está também o governo que não se decide pelo lado certo e não abandona o lado errado.
Assim, sou inclinado a acreditar que em curto prazo não teremos saída e o que nos resta é preservar o amanhã do amanhã. Justamente por isso tenho conversado muito com meus dois filhos sobre tudo isto. O mais velho, já adulto, acredita que ainda dá tempo de reverter o quadro catastrófico em que estamos com um fazer mais puro e objetivo e crê que pode fazer a diferença mesmo em um ambiente contaminado profundamente por condutas mercadológicas e hipócritas e ensaia participar deste vespeiro. É dono de uma nova utopia de que ‘apesar do caos’ dá para limpar algumas impurezas e fazer menos, mesmo assim fazer. De fato, tenho avaliado que retirar-se do jogo é aceitar a derrota. Nós, Professores e humanistas, temos, mesmo que minimamente, a esperança de que algo pode acontecer de bom. O caçula, ainda guri, está preocupado com a crise e, diferente do mais velho, acredita que os políticos são as piores pessoas da terra.
Não há dúvida que estamos no reino da imprevisibilidade, de dúvidas e que esta fase não vai passar tão cedo.