Da Redação
Curitiba/Ponta Grossa – Uma nota de repúdio proposta pelo deputado Péricles de Mello (PT) foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná, na sessão dessa segunda (09). A carta tem endereço certo: entidades que assinaram manifesto encabeçado pela Associação Comercial e Empresarial de Ponta Grossa, em apoio ao general Antonio Hamilton Mourão. O militar disse, recentemente, que a “intervenção militar pode ser adotada se o Judiciário não resolver o problema político referente à corrupção”. Outras 27 entidades dos Campos Gerais avalizaram a “carta aberta”, publicada no jornal Diário dos Campos, de Ponta Grossa, no último sábado (7).
Assinada pelos deputados Nereu Moura, Tercílio Turini, Nelson Luersen, Anibelli Neto, Requião Filho, Professor Lemos, Evandro Araújo, Rasca Rodrigues, Luis Claudio Romanelli, Ademir Bier, Pastor Edson Praczik, Gilberto Ribeiro e Tadeu Veneri, além de Péricles, que é de Ponta Grossa, a nota de repúdio lembra os abusos e violações cometidos durante o período ditatorial e afirma que a solução para a crise política e moral que o Brasil atravessa é o aperfeiçoamento da democracia, e jamais a volta da ditadura.
NOTA DE REPÚDIO
"Os deputados estaduais subscritos manifestam seu mais veemente repúdio à Carta Pública de Apoio ao General Mourão, publicada pela Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa, e outras 27 entidades da Região dos Campos Gerais, neste sábado, 7, no Jornal Diário dos Campos.
No documento, a entidade parabeniza e reitera seu apoio ao general do Exército Antonio Hamilton Mourão por ter defendido recentemente uma intervenção militar no caso de “os Judiciário não resolver o problema político referente à corrupção”.
Tal apoio significa um incentivo ao fim do regime democrático e à implantação de uma ditadura militar, experiência que, 32 anos depois, os brasileiros não querem passar novamente.
Jamais podemos esquecer que a ditadura foi marcada pelo autoritarismo, cassação dos direitos políticos, violação das liberdades individuais, censura e ataque à imprensa, concentração de renda, inflação desmedida, violações aos Direitos Humanos, controle do poder judiciário, entre outros fatores.
A crise econômica, política e moral no Brasil abre espaço para manifestações de desapego pela democracia e de procura por soluções aparentemente fáceis, mas em realidade absolutamente desastrosas para o povo e para a Nação. A indignação com a crise política, especialmente com a corrupção, não pode levar o país de volta ao obscurantismo e truculência da ditadura militar, mas sim estimular o aperfeiçoamento de nossa democracia."