Quem passa pela BR-277, perímetro urbano de Guarapuava, pode ver o Parque das Araucárias, um dos principais pontos turísticos da cidade. Trata-se de uma unidade de conservação de proteção integral. Portanto, uma área protegida por lei. Entre árvores nativas, perto de cinco mil pés de araucária justificam o nome dado ao local. Rico em fauna e flora, o Parque que possui 104 hectares, ‘esconde’ uma espécie rara de abelha.
Trata-se do gênero ‘Mourecotelles’, uma abelha solitária, assim como 85% das espécies. A descoberta resulta de seis anos de pesquisa feita pela Maria Luisa Tunes Buschini, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). De acordo com a professora, essa identificação representa um avanço na compreensão da fauna local.
Estas abelhas são únicas na produção de uma substância impermeável semelhante ao celofane. São da subfamília Colletinae e as únicas entre as abelhas na produção desta substância que reveste as células dos ninhos onde elas depositam pólen e néctar.
Para capturar a abelha ‘ninhos-armadilha’ deram início a esse processo. Depois, conforme conta a professora, veio o processo de identificação da espécie com a ajuda de taxonomistas especialistas em abelhas. Houve então a classificação como uma nova espécie. “Para identificar esta abelha como sendo do gênero Mourecotelles, eles usaram chaves de identificação, e para descrever a espécie, analisaram a terminália dos machos, que são os segmentos posteriores do abdômen que formam a genitália”.
A descoberta não se limita apenas à identificação da espécie. “Nesta pesquisa também foram investigados os grãos de pólen presentes nos ninhos dessas abelhas, sendo encontrados pólens de nove famílias botânicas diferentes, mas a preferência maior foi por aqueles das famílias Fabaceae, que são leguminosas com ervilha, grão de bico, alfalfa, amendoim, e Polygalaceae, que são plantas herbáceas”.
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