22/08/2023
Cotidiano Guarapuava Tecnologia

Pesquisadores de Guarapuava desenvolvem cabeça artificial em 3D

Equipe da UTFPR e do Cilla Tech Park se uniu para produzir a cabeça que pode fazer parte de pesquisas e análises de medição acústica

cabeça

Equipe da UTFPR e do Cilla Tech Park se uniu para produzir a cabeça que pode fazer parte de pesquisas e análises de medição acústica (Foto: Cilla Tech Park)

Guarapuava se mostrou mais uma vez no caminho da inovação. Prova disso, é que os pesquisadores do município desenvolveram uma cabeça artificial em 3D. O projeto surgiu por meio de uma parceria entre o Celeiro de Inovação do Cilla Tech Park e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). A cabeça artificial ainda pode fazer parte de pesquisas e análises de medição acústica.

De acordo com a equipe, a cabeça artificial serve para medições de respostas ao impulso binaural, relacionado às duas orelhas. O professor doutor da UTFPR, Rodrigo Scoczynski Ribeiro e o aluno de iniciação científica de Engenharia Civil da UTFPR, Eliabe Bento de Almeida se uniram ao maker do Celeiro de Inovação do CTP, Jhonnathan Ferreira para produzir um modelo adaptado, inovador e com baixo custo.

PROJETO

A criação da cabeça 3D ocorreu com dois materiais e simula uma cabeça humana com dois microfones em cada orelha que captam os sons dos espaços. Desse modo, para a cabeça ser em tamanho real, a equipe usou a impressora com maior área de impressão, a Cloner 3D. Além disso, as orelhas são feitas em filamento flexível que permite o uso de protetores auriculares e fones.

O objetivo da cabeça 3D é colocá-la para analisar o som dos ambientes. Assim nos testes ela ficará em diferentes espaços com um emissor de ruído. Conforme o acadêmico Eliabe, ao mudar a cabeça de lugar, será possível compreender como o som se propaga naquele espaço. E dessa forma, entender se os alunos que sentam no fundo, por exemplo, conseguem entender o som da mesma forma de quem senta próximo ao professor.

Os microfones vão receber a parte sonora dentro da cabeça, para simular o mais próximo possível um ser humano. A cabeça também pode fazer parte de testes binaurais, onde a cabeça recebe os sinais pelas duas orelhas e o som vai para o computador onde é possível analisar as frequências sonoras e as ondas acústicas do ambiente.

OUTRAS FUNÇÕES

Além disso, o uso da cabeça não se restringe apenas às salas de aula. De acordo com o professor Rodrigo, qualquer lugar onde o som precise ser compreendido como teatros, cinemas e hospitais poderá ser analisado.

Também é possível fazer testes de inteligibilidade de fala e pesquisas relacionadas à área da fonoaudiologia. Outra possibilidade inclui usar os dados captados pela cabeça 3D para analisar como uma música soaria dentro de um teatro.

A resposta ao impulso binaural permite que sejam criados áudios artificiais por meio de processamento de sinais digitais e ao escutar estes áudios em um fone de ouvido, por exemplo. A ideia é que você tenha uma sensação de como estivesse em um ambiente no qual houve a gravação com a cabeça artificial. Imagine você poder escutar uma música reproduzida no teatro municipal de Guarapuava sem precisar estar no teatro.

O projeto já está passando por testes e vai receber mais uma peça em 3D. Assim, o projeto terá um ângulo de cinco em cinco graus da cabeça, aprimorando a utilização.

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Vallery Nascimento

Jornalista

Jornalista formada desde 2022 pelo Centro Universitário Internacional - Uninter. Além do amor pela comunicação, ela também é graduada em Letras com habilitação em inglês. Apresenta o Giro RSN de segunda a sexta, às 18h nas redes sociais do Portal RSN.

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