22/08/2023
Cotidiano Guarapuava

Péssimas condições da estrada do Guairacá mobilizam moradores

Moradores participam de audiência pública para tratar do tema e dizem que a discussão vai além da estrada. Tapa-buraco já começou

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Péssimas condições da estrada do Guairacá mobilizam moradores (Foto: Coletivo Juntos pela Estrada)

As condições precárias da estrada que liga o distrito do Guairacá até o acesso de entrada à cidade mobilizam os moradores. Localizado há 36 quilômetros da BR-277, no Interior de Guarapuava, trata-se do distrito mais distante do município. Localidade onde há áreas de reflorestamento, pousadas, pequenas propriedades e o Salto São Francisco, Guairacá é um apêndice na infraestrutura de Guarapuava.

São 50 quilômetros de rodovia estreita até o Salto, com buracos na pista, falta de sinalização, sem acostamento, inexistência de barreiras de controle de velocidade, bem como falta manutenção adequada. Além disso, a ausência de ciclovia afugentou ciclistas que costumavam pedalar nessa rota, atraídos pelas paisagens que encantam.

(Foto: Coletivo Juntos pela Estrada)

De acordo com a jornalista Clarita Rickli, que faz parte do Coletivo ‘Juntos pela Estrada’, a rodovia é apenas um dos problemas enfrentados pelos moradores e por turistas que buscam uma das principais atrações turísticas de Guarapuava. Afinal, o São Francisco é o maior salto do sul do Brasil.

As condições do asfalto são deploráveis. Não adianta fazer tapa-buraco. Por ser vicinal a estrada é estreita e para um carro passar o que vem em sentido contrário precisa parar.

E para agravar a insegurança, trata-se de um trajeto com muitas curvas e sem sinalização. “Quem conhece a estrada sabe o perigo que corre, mas e o turista que desconhece? Não tem sinalização de alerta e há mato à beira da estrada”.

Em tem mais. O tráfego de veículos longos e pesados agravam a situação de perigo. Em 2019, o então prefeito Cesar Silvestri Filho assinou o termo de conclusão de obras de recuperação da estrada. O serviço executado pelo DER incluiu o recape asfáltico com aplicação da camada de micro revestimento e melhoria da sinalização horizontal e vertical em mais de 20 quilômetros.

Na mesma ocasião, o prefeito Cesar Filho comemorou a notícia de que já estava em produção o projeto executivo para conclusão da estrada em toda a extensão. Além disso, outra medida anunciada na época era a restrição do tráfego de veículos com cargas acima de 38 toneladas, em determinado trecho da estrada.

A portaria proibia o tráfego de caminhão mais reboque a partir de quatro eixos. Assim como bitrem, tritem, rodotrem, treminhões e caminhões Romeu e Julieta no trecho a partir do Km 0 até o Km 24,6. No entanto, os caminhões continuam trafegando.

ABAIXO-ASSINADOS

De acordo com Clarita já existem dois abaixo-assinados com mais de 700 adesões cada um, pedindo que sejam tomadas as medidas necessárias. Esse documento já é uma ação do coletivo criado para tratar de reivindicações. “Há um jogo de empurra-empurra entre a Prefeitura e o Estado. Um diz que a competência é do outro”.

Em contato com o DER, o Portal RSN recebeu a informação de que a responsabilidade é do Município. Conforme a Secretaria Municipal de Obras, a operação tapa-buracos já começou nessa quarta (8). “No início do mês de março devem começar as obras de recape no local, com investimento de R$ 1 milhão”.

(Foto: Coletivo Juntos pela Estrada)

A condição da estrada, no entanto, remete a outros problemas. Conforme a jornalista Clarita Rickli, os moradores se ressentem com falta de transporte público e de médicos no único posto de saúde. “Não tem saneamento básico, coleta de lixo, e nem água tratada em muitas propriedades”.

“A nossa discussão está apenas começando e vai muito além”. Ela se refere à audiência pública marcada para a quarta (15) às 14h na Câmara de Vereadores em Guarapuava. Assim, autoridades municipais, estaduais e federais estão convidadas.

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Cristina Esteche

Jornalista

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