PIB em alta: o crescimento chegou até você?

Nas últimas horas, voltou a ganhar destaque o desempenho da economia brasileira. O PIB cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, conforme dados do IBGE. Com isso, o país acumula 14 trimestres consecutivos de alta. Algo que, em números, indica uma trajetória de recuperação e estabilidade. Mas a pergunta que segue no ar é: o que esse crescimento significa, na prática, para a população e para os municípios?

A principal força por trás desse avanço foi a agropecuária, com crescimento expressivo de 12,2% no período. Vem impulsionada por condições climáticas favoráveis e pela concentração de colheitas importantes no primeiro semestre. O setor de serviços também cresceu, embora de forma mais moderada (0,3%), enquanto a indústria recuou (-0,1%). Um dado que acende sinal de alerta, já que a atividade industrial é historicamente responsável por empregos urbanos, inovação e expansão da infraestrutura produtiva.

Pela ótica da demanda, os dados indicam alta no consumo das famílias, nas exportações, nos investimentos e no consumo público. Mas isso não significa que os benefícios do crescimento estejam sendo sentidos de maneira uniforme pelo país.

DESIGUALDADE

A realidade é que o crescimento econômico ainda se dá de forma desigual. Municípios ligados ao agronegócio, como Guarapuava e outros no interior do Paraná, tendem a perceber efeitos mais diretos. E isso significa o aumento da arrecadação e o aquecimento do comércio. Já cidades com forte presença da construção civil, da indústria ou dos serviços públicos enfrentam desafios maiores para acompanhar esse ritmo. Em especial diante de juros elevados, crédito restrito e incertezas quanto ao ambiente de investimentos.

Mesmo com a continuidade de programas sociais e a melhora gradativa no emprego formal, os impactos do crescimento ainda não se refletem plenamente na vida cotidiana da maioria das pessoas. Pequenos comércios, negócios familiares, prestadores de serviços e trabalhadores urbanos nem sempre conseguem converter esse avanço macroeconômico em melhoria concreta de renda ou de oportunidades.

QUESTIONO

Portanto, embora os dados apontem para uma economia em recuperação, é legítimo perguntar: esse crescimento chegou à sua cidade? Ao seu bolso? Ao seu negócio?

Vejo que mais do que registrar números positivos, o desafio está em transformar o crescimento em desenvolvimento real. E que tenha impacto mais abrangente e duradouro nas diferentes Regiões e camadas da população.

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