O Ministério Público do Paraná (MP-PR) divulgou novas informações sobre a investigação que envolve a morte da advogada guarapuavana Tatiane Spitzner, que faleceu no dia 22 de julho. O acusado pela morte é o ex-marido da vítima, Luís Felipe Manvailer, que está preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG).
Os dois policiais militares que encontraram Luís Felipe na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, na manhã de 22 de julho, afirmaram em depoimento que o então professor universitário não tinha sinais de embriaguez. Ele foi localizado após capotar o carro na rodovia, a princípio, tentando fugir para o Paraguai.
“No momento da abordagem, o investigado Luís Felipe Manvailer não apresentava sinais etílicos, nem odor de bebida alcoólica. Não falava enrolado e andava normalmente”, diz um trecho do depoimento de um dos policiais. Os depoimentos foram prestados em agosto, mas só foram divulgados publicamente nesta semana.
Os depoimentos dos PMs e, também, de dois garçons do bar onde o casal estava com amigos antes da morte de Tatiane, comemorando o aniversário de Manvailer, foram anexados ao processo. A morte da advogada ocorreu pouco tempo após eles saírem do bar. Ela foi agredida por cerca de 20 minutos pelo acusado antes da sua queda ser registrada. O MP tenta comprovar, agora, se Luís Felipe, de fato, a jogou da sacada do 4ª andar, onde o casal morava. O laudo de necropsia, que ainda não foi divulgado, é crucial para esta parte da investigação.
O QUE DIZEM OS GARÇONS
Os dois garçons ouvidos afirmaram que não viram Luís Felipe ingerindo bebidas alcoólicas. Um deles, que disse conhecer o réu, contou que serviu champagne na mesa do casal a pedido do proprietário do estabelecimento, por volta de 2h do dia 22. O funcionário do bar também afirmou que não presenciou discussão entre o casal naquela madrugada.
Além dos depoimentos, a promotoria também anexou ao processo uma comanda, em nome de Tatiane Sptizner, que mostra que o casal pediu um combo de gin tônica e duas cervejas long neck.
POSICIONAMENTO DAS DEFESAS
Em nota, o advogado da família de Tatiane disse, disse que “os depoimentos são irrelevantes, pois o próprio acusado admite que estava embriagado na madrugada dos fatos”.
A defesa de Manvailer afirma que os “novos fatos anexados aos autos só reforçam o argumento da defesa de que a denúncia oferecida pela acusação ocorreu de forma precipitada, sem contar com todas as informações testemunhais e periciais necessárias, cumprindo apenas os prazos legais”.
A nota diz também que mantém “sua posição de aguardar que todas as provas e depoimentos sejam em definitivo anexados ao processo para que então possa se manifestar e promover a ampla defesa”.