A delegacia de Polícia Civil de Guarapuava, responsável pelo investigação do caso da advogada Tatiane Spitzner, que morreu após sofrer uma queda do 4ª andar do prédio onde residia, na madrugada do último dia 22, ainda não recebeu todos os laudos técnicos solicitados junto ao Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava. O marido de Tatiane, o professor Luís Felipe Manvailer, está preso como suspeito pelo crime de feminicídio.
Leia também:
Polícia Civil solicita exames para apurar possível morte de advogada por asfixia
Caso Tatiane: apesar de simulações, laudo do IML que deve indicar causas da morte
De acordo com a equipe do Instituto de Criminalística de Guarapuava, até o momento, o único laudo entregue na Delegacia foi o realizado no dia e no local do fato, emitido por um perito de Curitiba.
Os demais exames solicitados junto ao IML, como dosagem alcoólica e sobre a apuração de uma possível morte por asfixia, ainda não foram entregues à polícia local. Ainda segundo a equipe do Instituto de Criminalística, o laudo da simulação realizada na última sexta (27), solicitada pela Polícia Científica do Paraná, também aguarda resultado.
A previsão é que os laudos sejam disponibilizados à equipe de investigação da Polícia Civil de Guarapuava até o final da tarde desta terça feira (31), data estabelecida como prazo final para conclusão do inquérito.
Caso os laudos não sejam finalizados dentro do prazo estabelecido, considera-se a possibilidade de que a conclusão sobre as investigações que apuram a morte da advogada Tatiane sejam prorrogadas. Esta informação foi confirmada ao Portal RSN na semana passada pelo delegado que conduz o caso, Bruno Miranda.
A equipe do Portal RSN buscou contato, novamente, com o delegado Bruno Miranda, que está à frente da delegacia da Mulher de Guarapuava provisoriamente, mas não obteve sucesso. Até o fechamento desta reportagem Já segundo a equipe da promotora Dúnia Serpa Rampazzo, do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que acompanha as investigações do caso, ela irá manifestar-se apenas após a conclusão do laudo e após o oferecimento da denúncia.
LUÍS FELIPE MANVAILER
Na tarde dessa segunda feira (31), o irmão de Luís Felipe Manvailer, André Manvailer, prestou depoimento a autoridade policial em Guarapuava. De acordo com os advogados de defesa, ele falou por mais de uma hora sobre a vida e o temperamento do irmão.
“Meu irmão é uma pessoa que nunca teve uma suspensão na escola, nunca teve um problema com a justiça. Sempre foi um cara pacato, praticante de esportes, família. Nunca foi violento, nunca se envolveu em brigas, confusões, vivia a vida dele e se dedicava a família e aos estudos”, declarou André.
André Manvailer não teve acesso ao irmão que está preso desde o último dia 24, Na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG).
NOVA TESTEMUNHA
Desde o início das investigações, a Polícia Civil de Guarapuava ouviu 18 pessoas sobre o caso de Tatiane. Um dos depoimentos colhidos recentemente é de um vizinho do prédio onde a advogada residia com seu marido, Luís Felipe Manvailer, na região central da cidade.
Na declaração, o vizinho relata ter visto durante a madrugada do fato, uma mulher com uma das pernas para fora da sacada, ameaçando se jogar do prédio.
Ainda segundo o vizinho, que disse ter acompanhado momentos da movimentação do casal no apartamento, a mulher desistiu e voltou para o interior do prédio. Após ter a sensação de que a discussão entre o casal havia terminado, o vizinho relatou ter entrado para dentro de sua casa. Cerca de 10 minutos depois, ouviu um forte barulho na rua.
Ao ir até a via verificar o ocorrido, viu um homem, com as mãos na cabeça dizer “o que você fez?”. Após ver Tatiane caída, o vizinho sugeriu que uma ambulância fosse chamada, mas o marido disse que nada mais adiantaria.