22/08/2023
Segurança

Polícia desvenda caso de estudante morta em universidade de Londrina

Londrina – A Polícia Civil de Londrina prendeu os assassinos da estudante universitária Amanda Rossi, morta em 27 de outubro de 2007, na casa de máquinas das piscinas da Universidade do Norte do Paraná (Unopar), em Londrina. Alan Aparecido Henrique, 29 anos, Dayane de Azevedo, 27 anos, e Luiz Vieira da Rocha, 35 anos, teriam participado diretamente da morte da estudante. A Polícia Civil finalizou o inquérito e o Ministério Público do Paraná já ofereceu denúncia contra os acusados. Para desvendar o caso, a polícia fez dezenas de diligências e ouviu mais de cem pessoas. O inquérito policial conta com mais de 3 mil páginas.
“Desde o início a polícia trabalhou com total prioridade neste caso em uma investigação minuciosa. Em casos mais complexos, como este, os culpados podem achar que estão livres, mas não passa de uma impunidade temporária. Era questão de tempo para a polícia encontrar e prender os assassinos da estudante. Agora, estamos perto do mandante que também não sairá impune deste crime que chocou o Paraná. A polícia não vai descansar, como não descansou até agora”, disse o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari.
Segundo o delegado Sérgio Luiz Barroso, que coordenou as investigações, está comprovado que na noite de 27 de outubro de 2007, já com o crime planejado, Alan, Dayane e Luiz teriam sido levados de carro até a Unopar por Rodrigo Henrique Nascimento. Na sede da universidade, Dayane teria atraído Amanda para a casa de máquinas, mentindo que uma professora queria falar com ela. “Quando chegou ao local, Dayane acertou um golpe na cabeça de Amanda e Alan a enforcou. Enquanto isso, Luiz ficou na porta, vigiando e dando cobertura para que todos pudessem fugir sem que fossem vistos”, contou o delegado. Ouvida pela polícia, Dayane assumiu a sua participação no crime e afirmou que foi Alan quem estrangulou Amanda.
Barroso explicou que a polícia não demorou para elucidar o crime, mas prolongou o trabalho para que as provas pudessem ser contundentes a ponto de não dar chances para os culpados. “Tivemos dificuldades pela falta de testemunhas e materialidade do crime. Depois disso, tivemos ainda uma pessoa que mentiu para a polícia confessando que teria cometido o crime. Isso tumultuou os trabalhos, mas não impediu que desvendássemos o caso”, explicou o delegado.
Dias depois da morte de Amanda, Luan da Silva Freitas, 19 anos, que seria conhecido do trio foi até a sede da 10.ª Subdivisão Policial em Londrina e assumiu a autoria do assassinato de Amanda Rossi. “Ele não só fez a falsa confissão como inventou um e-mail e perfil falso de uma pessoa inexistente, que atribuía o crime a ele, com certeza atrapalhou o trabalho da polícia, porque tivemos também que descobrir se a confissão era verdadeira”, conta o delegado.
Segundo ele, o inquérito sobre os autores do assassinato de Amanda está encerrado e o Ministério Público já ofereceu denúncia contra os três acusados que tiveram suas prisões preventivas decretadas pela Justiça.
Luis Carlos Rossi, pai de Amanda, disse que sempre confiou no trabalho policial. “Desde o início acreditei no trabalho da polícia. Eles deram total dedicação ao caso e em todos os momentos atenderam minha família muito bem. O caso foi concluído com sucesso”, comentou.
Todos vão responder por homicídio qualificado e podem ser condenados a até 30 anos de prisão. Rodrigo foi indiciado por favorecimento ao crime e Luan por autoacusação falsa. Os dois vão responder em liberdade.
Agora, para definir o mandante do crime, a polícia abre novo inquérito. “Colocamos os executores atrás das grades e não vamos descansar enquanto não colocarmos o mandante na cadeia”, prometeu o delegado.
(AEN)

Cristina Esteche

Jornalista

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