22/08/2023
Segurança

Polícia Federal desmantela grupo de extermínio animais

imagem-18660

Policiais federais deflagraram ontem, terça-feira (20) nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná uma  operação contra caçadores profissionais especializados no abate clandestino de animais, incluindo vários em vias de extinção ou em extinção, como onças pardas, pretas e pintadas.
As investigações desenvolvidas em conjunto com o IBAMA tiveram início no ano passado pela Polícia Federal de Corumbá/MS que obteve relatos do encontro de carcaças de onças em algumas fazendas da região pantaneira e ainda o sumiço de felinos que estavam sendo monitorados por aquele Instituto.
Toda ação criminosa do grupo se desenvolvia quando os caçadores brasileiros ou estrangeiros ingressam no Pantanal por meio de aviões particulares e pousam em fazendas da região equipados com modernas armas de caça.
De acordo com as investigações, toda ação de caça era organizada por Eliseu Augusto Sicoli. Eliseu que é dentista e professor de uma universidade em Cascavel, onde mora, afirmou que somente em 2009 foram abatidas 29 onças. Ele foi preso ontem em flagrante na cidade de SINOP/Mato Grosso.
Célio Néri Prediger, residente em Corbélia/PR, também integrante do grupo, encontra-se foragido
Nas residências dos acusados, localizadas em Cascavel e Corbélia, os policiais federais de Cascavel encontraram milhares projéteis de vários calibres, voltados para a caça predatória, 25 armas longas (espingardas) e seus acessórios, incluindo lunetas com visor noturno, 5 revólveres e outros equipamentos voltados para a caça, além de peles de animais e animais empalhados, entre eles, onça pintada, provavelmente abatida em ações realizadas pelos caçadores.
Nos chamados “safáris” os clientes pagavam por animal abatido, especificamente onça pintada, parda ou preta, e por um valor maior, tinham o direito à pele, cabeça ou todo o animal, que era empalhado em Curitiba.
A PF não descarta a possibilidade do grupo participar de safáris na África, introduzindo no Brasil peles e partes de animais caçados naquele continente, inclusive o tráfico de marfim, cuja comercialização é proibida internacionalmente.
Até a manhã desta quarta-feira 14 mandados de busca e apreensão haviam sido cumpridos e 4 pessoas já tinham sido presas. Outras três estão sendo procuradas.

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.