Da Redação, com assessoria
Florianópolis – O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, e outros professores e funcionários da instituição, foram presos na manhã desta quinta (14) na Operação Ouvidos Mouco. A suspeita é de participação num esquema de corrupção, com possível desvio de bolsas e verbas no valor total de R$ 80 milhões para cursos de Educação a Distância (EaD). O programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) foi instituído em 2006 pelo Governo para capacitar principalmente professores da rede pública de ensino em regiões afastadas e carentes do interior do país. A Polícia Federal investiga o caso que envolve crimes de fraude em licitação, peculato, falsidade documental, estelionato, inserção de dados falsos em sistemas e organização criminosa.
De acordo com as informações da PF, bolsas de tutoria foram concedidas até mesmo a pessoas sem qualquer vínculo com as atividades de magistério superior em Ead, incluindo parentes de professores que integravam o programa. Há casos também de direcionamento de licitação com o emprego de empresas de fachada na produção de falsas cotações de preços de serviços, principalmente para a locação de veículos.
“Num dos casos mais graves e mais bem documentados pelos investigadores, professores foram coagidos a repassar metade dos valores das bolsas recebidas para professores envolvidos com as fraudes”, afirma a PF.
Segundo nota, cerca de 105 policiais cumprem mandados judiciais expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal em Santa Catarina. Desses, 16 são mandados de busca e apreensão, sete de prisão temporária e cinco de condução coercitiva. Sete pessoas foram afastadas da dos cargos públicos. Segundo a PF, os mandados estão sendo cumpridos em Florianópolis (SC), Itapema (SC) e Brasília.
A Polícia Federal começou a investigar o caso quando houve suspeitas de desvio de recursos públicos em cursos de Educação à Distância oferecidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) na UFSC. Segundo a PF, houve a identificação de professores da Universidade catarinense, de empresários e funcionários de instituições e fundações parceiras que teriam atuado para o desvio de bolsas e verbas de custeio por meio de concessão de benefícios a pessoas sem qualquer vínculo com a Universidade.
Gestores do primeiro escalão da Universidade teriam exercido pressionado parte da Corregedoria da Universidade, responsável pela apuração administrativa. Esse foi o motivo da prisão de Olivo.