Estupro, cárcere privado e seqüestro. Estas são as acusações que pesam contra Valdemar Monteiro, 39 anos (foto), preso ontem, quinta-feira (10) pela Polícia Civil de Guarapuava, no Bairro Primavera.
Ele foi reconhecido pela vítima, uma mulher com 32 anos de idade. No dia 08 de setembro de 2011, a vítima recebeu uma ligação no celular de uma amiga, dado como referência num anúncio de emprego. A mulher procurava uma vaga como babá. Valdemar ligou dizendo ser pai de dois filhos e que tinha interesse em contratá-la. Após o encontro marcado para que a vítima fosse entrevistada, Valdemar a convidou a entrar no carro, um veículo Monza, cor bordô, placas ANO 1988, de Guarapuava, para que fosse até a sua residência onde os supostos filhos estavam. Valdemar saiu pela BR 277 convencendo a vítima de que morava na área rural.
De acordo com o delegado-chefe da 14ª. Subdivisão Policial de Guarapuava (SDP), Ítalo Biancardi Neto, ao chegar nas proximidades do Rio Coutinho, Valdemar parou o carro e assediou a vítima. Com esta recusou e disse que não era “garota de programa” Valdemar sacou uma pistola e um canivete e sob coação manteve relação sexual com a vítima durante três horas. “Ele fez tudo o que podia e de todas as formas, inclusive cortando a calcinha da vítima com o canivete”, contou o delegado. Depois de ter cometido o crime Valdemar abandonou a vítima que conseguiu chegar na BR 277 para pedir socorro. Vários carros passaram, mas ninguém parou. Um veículo da concessionária do pedágio EcoCataratas foi socorrê-la.
A partir de informações dadas pela vítima à polícia um perito de Curitiba fez o retrato-falado com semelhança incrível do autor do crime. A partir disso a vítima conseguiu reconhecê-lo e confirmou ser ele o autor do estupro.
Valdemar mora no Bairro Primavera em Guarapuava e trabalha no entreposto da Cooperativa Agrária.
Na casa de Valdemar a polícia encontrou o canivete, uma touca de açougueiro que ele usou durante o estupro, cartelas de Promil (genérico do Viagra), mas não encontrou a pistola. Valdemar foi preso temporariamente, mas o delegado disse que pedira a conversão em prisão preventiva.
Valdemar já tem passagem pela polícia por tráfico de droga, embora tenha dito que foi absolvido. “Não vimos isso ainda”, afirma o delegado.
“CIFRA NEGRA”
Embora não exista uma estatística sobre o número de estupros que acontecem em Guarapuava, o delegado Ítalo Biancardi Neto que caso tivesse os números não representariam a realidade. “Muitas vítimas não denunciam por medo, vergonha, medo do preconceito”, disse.