22/08/2023
Segurança

Polícia prende quadrilha acusada de vender peças automotivas falsificadas

A Polícia Civil do Paraná desarticulou uma quadrilha que teria movimentado mais de R$ 60 milhões com a venda de peças automotivas falsificadas. Sete pessoas foram presas na manhã desta quinta feira (5) na operação Marca Registrada deflagrada pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) nas cidades de Maringá, Ivaiporã e Sarandi.

A investigação começou há cinco meses após denúncia da Associação Brasileira de Combate a Falsificação (ABCF), que apontou as empresas Comercial RBS Automotiva e SBM Automotiva como responsáveis pela venda ilegal de peças automotivas falsificadas da marca Mahle e outras para todo o País. 

“Esta é a segunda maior operação de combate à falsificação de autopeças do Brasil neste ano, ficando atrás somente de uma ação da Polícia Federal no interior de São Paulo”, disse o diretor de comunicação da ABCF, Rodolpho Ramazzini. 

De acordo com o delegado chefe do Nurce, Renato Basto Figueroa, a quadrilha trazia peças da China em contêineres e revendia para empresas do Brasil. “Nas investigações foi apurado que a organização criminosa importou R$ 1 milhão em peças da China. As peças desembarcaram no Porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro, e foram levadas a um barracão na cidade Maringá”, explicou o delegado. 

No barracão, as peças eram marcadas e colocadas em caixas como se fossem de marcas líderes no mercado. Depois, revendidas como originais com preço abaixo do mercado convencional. A venda das peças falsificadas era feita no site www.rbsautomotiva.com.br. 

O barracão usado pela quadrilha foi alvo de mandado de busca e apreensão durante a operação e no local os policiais encontraram centenas de caixas com peças falsificadas. 

O delegado Guilherme Dias, também do Nurce, afirmou que as buscas foram feitas nas residências dos investigados, na sede da empresa, no depósito e também em uma gráfica, onde se suspeita que eram confeccionadas as caixas das marcas. “Durante o cumprimento dos mandados de busca, encontramos U$S 300 na casa do líder da quadrilha, além de documentos referentes a empresas usadas no esquema criminoso e notas de autopeças”, comentou Dias. “Na sede da empresa apreendemos ainda uma máquina que era usada para embalar as peças falsificadas”. 

As sete pessoas presas responderão pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, fraude no comércio, lavagem de dinheiro, além de crimes contra a relação de consumo. 

De acordo com Rodolpho Ramazzini, a quadrilha operava há seis anos revendendo peças automotivas falsificadas para todo o Brasil. “Estima-se que esta quadrilha tenha movimentado R$ 60 milhões. Esta operação do Nurce é importante porque vai evitar a venda de peças automotivas falsificadas que colocavam em risco a segurança dos motoristas”, disse Ramazzini. Ele cita ainda que o setor de autopeças é o segundo no país que tem mais perda com a falsificação. “A indústria de autopeças perde por ano R$ 3 bilhões com a falsificação, ficando atrás só da indústria do cigarro”, comparou. 

Na operação foram presos temporariamente Mauro Januário, apontado como líder da quadrilha; sua mulher, Valdirene Marini Januário, sua cunhada, Cléia Vieira Marini; e o vendedor Ney José Pereira dos Santos. Além deles, foram detidos Wesley Weder de Oliveira, sobrinho de Mauro e sócio da empresa, seu pai, Antonio de Oliveira, vendedor; e sua irmã Alexsandra Marislaine de Oliveira.

As investigações mostram que Mauro Januário é conhecido na região como falsificador e tem diversas passagens criminais, além de ter sido denunciado em 2012 por corromper agentes públicos.

Cristina Esteche

Jornalista

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