A Polícia Civil voltou a divulgar nesta segunda (23) imagens de três homens condenados por latrocínio em Guarapuava. Eles são alvos de mandados de prisão definitiva e, conforme a corporação, estão foragidos. No entanto, a defesa de dois dos condenados afirma que eles não são fugitivos, e sim que não se apresentaram por orientação jurídica, uma vez que seguem aguardando julgamento de recursos que podem resultar na absolvição.
O caso envolve o assassinato do taxista Jerson Meira, ocorrido em março de 2017. A vítima foi morta com um tiro na cabeça após ser chamada para uma corrida. O corpo foi encontrado em uma área rural de Guarapuava, e o carro abandonado em Imbituva.
Michael Willian Camargo, Cristian Walter Araújo e Alexandro Brito da Rocha acabaram condenados pelo crime. Entretanto, desde o fim do ano passado, a defesa de Cristian e Michael afirma que eles são inocentes e que a condenação se apoia em provas frágeis, reconhecimentos considerados irregulares e uma investigação marcada por erros.
DEFESA CONTESTA PRISÃO
O advogado criminalista Marinaldo Rattes, que assumiu a defesa de Cristian e Michael, sustenta que os dois não são foragidos. Segundo ele, a decisão de não os apresentar foi tomada enquanto tramitam dois recursos: uma revisão criminal no Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) e um Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A defesa, inconformada com a condenação, entendeu por não apresentá-los perante as autoridades policiais. Isso porque está pendente de julgamento recursos à defesa.
Ele reforça que o Ministério Público, no parecer da revisão criminal, concorda com a tese defensiva.
O próprio parecer da Procuradoria de Justiça reconhece que não há elementos suficientes para sustentar a condenação. O único vínculo seria o fato de os acusados conhecerem o terceiro condenado e terem utilizado os serviços de táxi da vítima. Isso, isoladamente, não é capaz de afirmar a participação no crime.
ERROS NO PROCESSO
Entre os pontos questionados pela defesa estão o reconhecimento dos acusados apenas por meio de fotografias, o que contraria diretrizes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do STJ. Além disso, exames periciais como análise de digitais e de DNA dos vestígios encontrados não constam nos autos.
“Não há nos autos nenhuma prova material que vincule meus clientes ao crime. Não podemos permitir que o sistema judicial valide mais um erro histórico, permitindo que inocentes sejam presos antes da análise definitiva dos recursos, e depois sejam soltos por uma absolvição que desde já se anuncia como provável”, afirma Rattes.
Em vídeo publicado nas redes sociais no fim de 2024, Cristian Walter fez um apelo público. “O próprio Ministério Público, na segunda instância, foi a favor da nossa absolvição por erros de reconhecimento e provas fracas. A gente crê que no final a justiça vai ser feita.”
POLÍCIA MANTÉM BUSCAS
Apesar das alegações da defesa, a Polícia Civil reforça que os três condenados têm contra si mandados de prisão definitiva expedidos pela Justiça. A corporação pede que qualquer informação sobre o paradeiro de Michael Willian Camargo, Cristian Walter Araújo e Alexandro Brito da Rocha seja repassada às autoridades.
O caso, que já completou mais de sete anos, segue cercado de controvérsias judiciais, com novos desdobramentos previstos a partir do julgamento dos recursos apresentados pela defesa.
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