22/08/2023
Segurança

Policiais Civis aderem à paralisação nesta terça em Guarapuava

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Mikhail Alekseevitch Groncoski, agente sindical em Guarapuava

Policiais Civis de Guarapuava aderem à paralisação estadual marcada para esta terça (13) e atenderão apenas casos de urgência e emergência. O movimento será durante 24 horas e na quarta (14) está marcada uma assembleia geral extraordinária convocada pelo Sindicato da categoria que vai definir novas ações ou greve geral por tempo indeterminado. Os policiais tentam pressionar o Governo do Estado para que reivindicações sejam atendidas.

De acordo com o  agente sindical Mikhail Alekseevitch Groncoski, o desvio de funções dos policiais e a contratação de agentes de cadeia continuam fragilizando a categoria. Embora a carceragem tenha saído das mãos da Polícia Civil e tenha passado à responsabilidade da Seju (Secretaria de Justiça) a falta de concursos públicos para a contratação de agentes leva o Estado a contratar agentes de cadeia por meio do Processo Seletivo Simplificado (PSS), por um prazo de até dois anos. “Com isso, não há o comprometimento de muitos agentes que também pelo baixo salário acabam cedendo às pressões externas”, diz Mikhail. O policial se refere ao fato ocorrido em Colombo nesse domingo (11) quando durante uma fuga de presos, um policial foi morto e outros dois ficaram feridos. “Um agente de cadeia ‘vendeu’ a fuga por R$ 20 mil e, é claro, não foi trabalhar no dia combinado.  Outro agente de cadeia [Eliel Schimerski] foi morto, Benedito Rodrigues dos Santos e o investigador de polícia Elieser Almeida – que foi auxiliar para impedir a fuga –  ficaram feridos. Temos que conviver com esse desvio de função e com essa falta de segurança”.

A delegacia de Colombo tem capacidade de 24 presos e conta com 84. Em Guarapuava, a lotação oscila entre 240 e 370 presos com dois agentes penitenciários concursados e cerca de 28 agentes de cadeia.

Nos municípios pequenos onde não há policiais quem cuida das delegacias são agentes de cadeia. Em Turvo, por exemplo, dois funcionários da Prefeitura são os responsáveis pela delegacia. Um deles é nomeado como escrivão adoc.

De acordo com André Gutierrez, presidente do Sinclapol (Sindicato das Classes de Policiais Civis do Paraná,  é  inconcebível que em pleno Século XXI, no Paraná os presos passem por tratamento degradante, vexatório e humilhante, e ainda, que o serviço essencial e estratégico da Polícia Judiciária seja desviado de sua finalidade, resultando no agravamento dos conflitos sociais, na precarização da apuração das infrações penais, aumentando a impunidade e gerando insegurança àqueles que mais necessitam dessas garantias constitucionais, o povo paranaense. 

Cristina Esteche

Jornalista

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