22/08/2023
Guarapuava Segurança

Policiais civis fazem ato público nesta terça em Guarapuava

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Da Redação

Guarapuava – Policiais civis de Guarapuava fazem mobilização na manhã desta terça feira (26), em frente à sede da 14ª Subdivisão Policial. Um ato acontecerá às 10h30, com o objetivo de mostrar à sociedade as condições precárias de trabalho a que estão sendo submetidos os escrivães, investigadores e papiloscopistas – profissional que colhe as impressões digitais para fins de identificação civil e criminal.

De acordo com o Sindicato da Classe de Policiais Civil (Sinclapol), o estado de greve foi aprovado em assembleia no dia 20 de julho de 2016 e a partir dessa, começou uma série de ações pontuais. “É por causa da falta de respeito que a categoria vem sofrendo por parte do Governo do Estado”. 

Para se ter uma ideia, em Guarapuava, assim como nas demais delegacias do Estado, os policiais estão sendo obrigados a trabalhar em situação análoga à de escravos, com até 70 horas semanais, quando em sua atribuição são somente 40 horas. Inclusive tendo que ficar em regime de “plantão de sobreaviso”, sem remuneração, o que é proibido no Paraná. “Hoje são pouco mais de quatro mil policiais no total e o ideal seria pelo menos oito mil para dar conta do serviço”, diz o Sindicato.

Outra situação é a superlotação da Cadeia Pública de Guarapuava, já interditada e, teoricamente, não podendo receber mais presos condenados e em passagem, além da capacidade física. “O Governo prefere pagar multa diária do que rever essa situação”, observa o Sinclapol. Segundo o Sindicato, com isso os policiais civis são obrigados a cuidar, transportar e escoltar presos, trabalhando mais uma vez em desvio de função, em desacordo ao artigo 214 do Estatuto da Polícia Civil.

A categoria cobra também a promessa do governador sobre a aprovação do novo Estatuto e Nível 11, feita a mais de 600 policiais durante a campanha eleitoral, além das promoções e progressões atrasadas e que ainda não foi encaminhado à Assembleia Legislativa do Paraná.

De acordo com um dos policiais de Guarapuava, a falta de segurança passa também pelos coletes à prova de balas. “Nossos coletes estão vencidos há mais de três anos e mesmo tendo seguro de vida se morrermos em serviço usando esses coletes nossa família não receberá o dinheiro" (porque estão vencidos).

No dia 1.º de agosto será feita uma paralisação geral em todas as Delegacias do Estado, com os Policiais Civis participando de uma campanha de doação de sangue. “Só vamos parar com as ações quando o Governo atender o que nos foi prometido em campanha”. 

Cristina Esteche

Jornalista

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