Os dois pontos mais polêmicos do relatório que propõe mudanças no Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), que são o fim da Comissão Geral e a proibição da reeleição da Mesa Diretora, devem ser votados em separado. Nesta terça feira (22), os deputados votam a redação final do documento para então se criar um anteprojeto de lei sobre as alterações. Segundo o presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni (PSDB), a intenção é dividir o relatório em blocos. Os critérios ainda são desconhecidos. Rossoni afirma que pretende se reunir com as lideranças da Casa para definir como ocorrerá o desmembramento.
Este relatório foi montado por uma comissão especial que trabalhou exclusivamente na análise do Regimento Interno da Assembleia. A Comissão Geral, artifício constantemente utilizado para aprovar temas de interesse do governo, seria completamente extinta. Quando a Casa faz uso desta ferramenta, a apreciação da matéria é mais rápida, entretanto, o debate é praticamente anulado tornando mais difícil uma analise detalhada. Por trás desta opção está um governo estadual com uma base aliada consolidada, com a maioria dos deputados votando conforme a orientação do Executivo.
A gestão de Beto Richa (PSDB), com o intermédio do líder do governo na Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), já conseguiu aprovar diferentes temas polêmicos graças à Comissão Geral e à base aliada. Dos 54 parlamentares, apenas os sete integrantes da bancada do PT e Anibeli Neto (PMDB) fazem oposição assídua à gestão tucana. Inclusive, Traiano já se pronunciou contrário ao fim da Comissão Geral e se diz disposto a analisar uma alternativa para acelerar a tramitação de projetos de lei de interesse do governo.
Quando se fala em reeleição da Mesa Executiva, conforme o relatório, a restrição diz respeito a mandatos consecutivos no mesmo cargo. Atualmente, o regimento não impõe obstáculos. O que existe é um consenso entre os deputados para que isso não ocorra.
“A intenção é para que os pontos polêmicos sejam votados em separado. Eu ainda não analisei a proposta na sua totalidade (…), vou ouvir as lideranças. O Regimento, na verdade, é o funcionamento da Casa, então, o melhor momento de votar é agora, no final de um período legislativo, e já deixar o Regimento para a próxima legislatura”, disse Rossoni.
A análise por bloco, contudo, se torna mais demorada. De qualquer forma, Rossoni destaca a importância do debate sobre o tema e afirma que vai tentar finalizar a votação ainda este ano. “Você imagina quantos artigos vão ser discutidos um a um, vão ser apresentadas emendas, vai ser bastante demorado. Tem pontos que cada um pensa de uma maneira, vai ter que prevalecer a maioria”.