22/08/2023
Segurança

Por causa da fuga, funcionários da polícia serão investigados

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Da redação – Segundo informações da delegada chefe da 14ª Subdivisão Policial, Maritza Maira Haisse (foto), devido a fuga dos 10 presos, no último dia 4, deverá ser aberto um inquérito para apurar se houve alguma falha administrativa. “Um parecer que irá verificar se algum servidor tem alguma responsabilidade na fuga”, explicou.
Além de uma possível responsabilização pela fuga também foram feitas as comunicações de praxe às áreas de execuções penais, aos quais os presos eram vinculados, e os alertas para as demais polícias. “Também contamos com o apoio da população para apurar possíveis paradeiros. Toda vez que chega uma informação nos deslocamos para verificar”, afirmou a delegada chefe.
Na avaliação de Maritza, uma das causas da fuga seria a super população carcerária. Segundo ela, são feitos trabalhos exaustivos na busca de objetos não permitidos dentro das celas, a exemplo da última, dois dias antes da fuga. “Fizemos vistoria na quarta-feira. A dificuldade é a que temos apenas seis servidores para vistoriar as mais de 30 celas, que contam em média com 250 encarcerados. É muita coisa dentro dos cubículos (roupas, colchões) e os presos são habilidosos em esconder este tipo de coisas. A exemplo da serra usada na fuga que não foi localizada”, explicou.
Para Maritza, a estrutura da delegacia de Guarapuava é "muito boa", comparada a outros locais. “A nossa estrutura é satisfatória e é devido a isto que não temos problemas seguidos com fugas. A última foi há mais de um ano”, analisou. Segundo ela, o problema é contarem com uma área muito grande. São 32 celas só para a população masculina e o pátio para banho de sol conta com um espaço de 900 metros quadrados. O outro problema é que a proximidade dos muros do pátio com as vias públicas propicia o lançamento de objetos não permitidos, como celular, cerras, broca e drogas. “Fizemos uma consulta para cobrir o solário, mas devido o tamanho de 900 metros de área livre os custos são impossíveis. A obra é inviável”, argumentou.
A população do cadeião de Guarapuava são de em média 250 presos provisórios. A solução seria a construção de uma nova casa de detenção. “Assim os presos poderiam ser transferidos para este estabelecimento adequado às condições deles”, observou. Segundo a delegada, o governo atual foi o que mais criou vagas no sistema penitenciário. “Foi criado neste governo mais do que já tinha na história do Paraná. Então, estas medidas estão sendo adotadas. Acredito que vai ser dada a continuidade a criação de vagas, só que obviamente uma casa de custódia e uma penitenciária não se constrói de um dia para a noite”, completou Maritza.
 
Texto e foto: Andréa A. Alves

Cristina Esteche

Jornalista

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