Da Redação
Guarapuava – A falta de policiais e a transferência sem critério de profissionais, por influência política, está prejudicando o trabalho da Polícia em Guarapuava, com a desativação de seções fundamentais para o combate à violência. Depois da extinção da Seção de Capturas, em janeiro deste ano, chegou a vez da Seção de Narcóticos ser desativada.
“Não tive outra alternativa, pois não podia mais manter essa seção de forma autônoma”, disse o delegado chefe da 14ª Subdivisão Policial, Rubens Miranda Junior, à RSN. Com três policiais fazendo o combate ao tráfico de drogas e ainda acumulando funções como as investigações de crimes culposos – aqueles onde o autor não tem a intenção de matar, mas assume o risco – o desmonte aconteceu para suprir, principalmente, a seção de homicídios, que possui apenas dois policiais. Um deles, ao concluir a escola de formação, foi transferido para Londrina. “Esse policial representava 50% da seção. Então fui obrigado a remanejar um dos policiais da Seção de Narcóticos”. Conforme o delegado, outro foi reforçar a Seção de Furtos, enquanto o terceiro fica para apurar os crimes culposos.
A extinção dessa seção é um golpe no combate ao narcotráfico em Guarapuava. A equipe vinha sendo responsável pela apreensão de drogas e o desmantelamento de quadrilhas e de pontos de tráfico. A maior operação dos últimos anos foi a “Bala da Noite”, em dezembro de 2016, que prendeu jovens de classe média alta, além de apreender carros de luxo, arma e drogas em Guarapuava e municípios da região.
Mas o desmonte na estrutura da Delegacia de Polícia tende a não parar por aí. “Já sabemos que outro policial vai concluir a escola e não voltará para Guarapuava”. As influências nessas transferência são de políticos paranaenses, a pedido dos próprios policiais, que desejam ir trabalhar em outras cidades. Sem a abertura de concurso público, não será possível repor essas vagas.