22/08/2023
Política

Por reivindicações, servidores municipais fazem um dia de protesto em Guarapuava

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Da redação – Por Cristina Esteche

Escolas municipais e Cemei’s (Centros de Educação Infantil) param as atividades nesta quinta (29) em Guarapuava. A paralisação por um dia foi decidida em assembleia da categoria realizada na semana passada. Enfermeiros da rede de saúde pública municipal também aderem ao movimento. A mobilização começa às 9h00 na Praça 9 de Dezembro e continua às 13h30 na sede do Sisppmug (Sindicato dos Servidores Públicos e Professores Municipais), de onde os grevistas seguirão até a Prefeitura. Um documento confirmando a pauta de reivindicações será entregue ao prefeito Cesar Silvestri Filho.

De acordo com a sindicalista Cristiane Wainer, os servidores do quadro geral da Prefeitura reivindicam uma reposição salarial de 29,54%  contra 6,29% oferecido pela administração municipal. Segundo a secretária municipal de Administração Kristiane Karpstein na última reunião em 15 de maio com a Comissão Permanente de Negociação, que possui representantes sindicais e da Município,  ficou acordado que em 15 de julho haveria nova rodada de negociação para dar continuidade aos estudos que vem sendo feitos desde o ano passado relacionados ao Plano de Cargos e Salários da Saúde e do Quadro Geral, bem como ao Plano de Cargos e Salários do Magistério.

“Com relação aos salários dos últimos anos, há uma desvalorização desde o ano 2000. No entanto, no ano de 2013, a administração municipal concedeu reajuste acima da inflação para amenizar essa perda salarial. É importante ponderar que esta defasagem vem de 14 anos e não é imediatamente que se consegue colocar em prática um equilíbrio nestas perdas. Além das questões financeiras e orçamentárias, há a necessidade de se ater ao que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal quanto ao limite prudencial da despesa com pessoal”, justifica a secretária.

Segundo Karpstein, a desvalorização salarial não atinge todos os níveis. “Existem alguns cargos que inclusive receberam acima dos patamares da inflação, que é o caso dos servidores com menor nível de escolaridade e do magistério. Os cargos de nível superior ainda apresentam defasagem, mas estes são a minoria do quadro”.

Outro item da pauta elaborada pelos servidores é a implantação dos planos de carreira, principalmente, para os servidores do quadro e geral e da saúde, que não foi definido prazo para começar,  além antecipação da reformulação do plano da educação agendado para julho. 

Segundo Cristiane Wainer,  a categoria terá uma reposição de 0,5%  sobre a tabela de setembro. A secretária de administração confirma essa informação e diz que a revisão do  plano, após estudos, optou-se em continuar com as seis classes que já vinham sendo aplicadas.  ‘A proposta feita à mesa de negociação permanente foi da elevação em 0,5 ao ano, em relação à tabela praticada hoje. A nova proposta foi de um incremento anual para evolução horizontal, ou seja, esta elevação de nível iria para 2%, saindo de 1,5%. Para o ano de 2015, a proposta é para 2,5%, e de 3% para o ano de 2016. Os impactos deste incremento variam de acordo com a localização da referência no nível da tabela, chegando, num simples cálculo, a um aumento real de 5%  ou mais, dependo da localização na tabela (definida pela Lei 774/98)”, argumenta.

De acordo com Cristiane Wainer, os servidores também pedem melhores condições de trabalho. “Temos denúncias diárias de que faltam até materiais de limpeza na maioria dos setores da administração municipal. Há serventes levando água sanitária de casa para poder fazer a limpeza”.

A redução da jornada de trabalho nas áreas da saúde e assistência social, de 40 para 30 horas, também está na pauta. De acordo com a sindicalista, no caso da assistência social já existe uma Lei Federal que determina a redução. “Falta uma lei municipal que contemple essa redução, mas nada foi enviado à Câmara nesse sentido”.

Cristiane Wainer, entretanto, diz que o prefeito nunca deixou de receber a comissão permanente de negociação e nem o Sindicato. “Ele nos recebe e nos ouve, mas queremos que as promessas feitas durante a campanha, de que haveria um novo olhar para os servidores, sejam cumpridas”. 

Cristina Esteche

Jornalista

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