Por Leandra Felipe, correspondente da Agência Brasil
Eleitores de Porto Rico foram às urnas nesse domingo (11) para que a ilha se torne o 51º Estado dos Estados Unidos. A abstenção no plebiscito foi alta, mas mesmo assim 98% dos moradores da ilha disseram sim à união com Washington. Ainda, o cenário é indefinido para a ilha caribenha. De um total de 2,2 milhões de eleitores registrados, cerca de meio milhão saiu para votar na consulta.
O referendo foi realizado sem o aval do Departamento de Justiça norte-americano. Até o momento, a Casa Branca não se pronunciou sobre o resultado.
A votação aconteceu no mesmo dia do tradicional desfile anual em Nova York. No segundo domingo de junho, os portorriquenhos residentes na cidade vão ao Central Park (o parque mais visitado da cidade) para celebrar o Dia de Porto Rico, que é um território sem personalidade jurídica, vinculado aos Estados Unidos.
Este ano, além da tradicional festa com música e danças, os portorriquenhos protestaram por melhores condições de vida e saúde e pediram uma solução para a situação econômica da ilha que acumula uma alta dívida externa.
Porto Rico foi tomada da Espanha pelos Estados Unidos, mas depois recebeu o estatuto de "Estado livre associado", o que significa que os cidadãos também são americanos, mas com algumas ressalvas. A população não pode votar, a menos que resida nos Estados Unidos.
Mesmo com o referendo, a última palavra será de Washington: a aceitação de Porto Rico como Estado depende de aprovação do Congresso norte-americano, onde o partido republicano de Donald Trump tem maioria no Senado e na Câmara.
A gestão do presidente Trump tem apontado para um distanciamento dos latinos, com medidas como a construção de um muro na fronteira com o México e o endurecimento das leis de imigração. O presidente Donald Trump não fez nenhum comentário sobre o referendo até agora.
Mas em abril, antes de enviar a proposta orçamentária ao congresso, Trump reclamou dos gastos com a ilha, por exemplo, o Obamacare, como ficou conhecido o programa de subsídios do governo para ajudar famílias a pagar um plano de saúde, que atendia 900 mil portorriquenhos.