22/08/2023
Cotidiano

Posseiros são objeto de pesquisa antropológica

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Pinhão – Os posseiros de Pinhão estão sendo objetos de uma pesquisa antropológica realizada pela professora doutora em Antropologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Liliana Porte e sua orientanda de mestrado, Dibe Ayoub.
A pesquisa foi um pedido da Associação das Famílias de Trabalhadores Rurais de Pinhão (Afatrup). “O presidente da Afatrup, percebendo as dificuldades no andamento dos processos de posse em Pinhão, fez um pedido ao Departamento de Antropologia da UFPR para que fosse feita essa pesquisa. Nosso objetivo é conhecer e registrar a organização social desse grupo na atualidade”, explicou a professora.
O presidente da Afatrup, Julio Machajewski, disse que a idéia é contar a historia do povo. “A historia da Indústria Zattar, todo mundo sabe, mas a historia do povo nunca é contada. Queremos mostrar que os posseiros já estavam aqui, muito antes da Zattar. Acertar algumas “injustiças”, disse.
As pesquisadores chegaram em Pinhão no dia 6 e ficam até o dia 20. “Viemos porque temos interesse no assunto, é um trabalho voluntário, sem financiamentos, a idéia é transformar essa pesquisa acadêmica em um livro que venha auxiliar os posseiros em seus processos”, afirmou. Nestas duas semanas, elas visitarão diversas localidades, entre elas, a Serra do Mariano, Avencal, Taquaras, Ribeiros, Silvérios, Coutos, França, Bugio, Alecrim, Lajeado Feio, Santa Maria e Bom Retiro. “Neste primeiro contato vamos mapear de uma forma geral para daí sim definir a nossa pesquisa”, salienta. Segundo Liliana, a expectativa é voltar a Pinhão no mês de maio.
As pesquisadoras estão alojadas na Casa do Professor, e dizem estar contente com os resultados. “Em todos os lugares que vamos, somos muito bem recebidas. Está sendo muito bom, a região é belíssima, as pessoas receptivas, e estamos conseguindo reunir um material de pesquisa muito rico”, finaliza.
A luta dos posseiros é para que a justiça faça uma desapropriação por interesse social. “Com essa pesquisa vamos comprovar que sem a desapropriação, comunidades inteiras irão desaparecer”. Julio disse que a idéia é ir mais longe. “Vamos buscar parceria com departamentos de História e quem sabe até um cineasta que tenha interesse em divulgar a história do conflito agrário que existe aqui em Pinhão”, conclui.
Fonte:Fatos do Iguaçu Foto: Edinéia Schoembeger

Cristina Esteche

Jornalista

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