22/08/2023
Segurança

Prazo de investigação de casos de mortes maternas e infantis cai 90% no Paraná

O Governo do Estado reduziu o prazo médio de investigação das mortes maternas e infantis ocorridas no Paraná. O período para a conclusão de cada caso de morte materna caiu de 666 dias em 2009 para 49 dias em 2013. No caso das mortes infantis, o período de investigação foi reduzido de 621 para 65 dias. Essa agilidade é resultado da parceria entre o poder público e os comitês de prevenção de mortalidade materna, infantil e fetal existentes no Estado.

O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, destacou a importância desta parceria para a redução da mortalidade materna e infantil no Estado, que caiu 40% e 10%, respectivamente, nos últimos três anos. “A investigação detalhada de cada óbito é uma das estratégias da Rede Mãe Paranaense, pois serve de base para que o poder público atue focado em evitar novas mortes”, explicou Caputo Neto, durante a abertura de encontro que reuniu mais de 100 comitês nessa segunda feira (2), em Curitiba.

Atualmente, o Paraná conta com uma rede de comitês de prevenção de mortalidade composta por um grupo estadual, 22 grupos regionais e 126 municipais, além de 23 de hospitais. Eles são responsáveis por avaliar as circunstâncias de cada morte materna e infantil, discutindo propostas de intervenção junto aos órgãos da área da saúde.

PARCERIA

“Com a ajuda dos comitês, identificamos que pouco mais de 60% das mortes maternas e infantis ocorridas no Estado são consideradas evitáveis. Por isso, vamos continuar trabalhando para fortalecer a Rede Mãe Paranaense e garantir assistência adequada às mães e bebês”, ressaltou a superintendente de Atenção à Saúde, Márcia Huçulak.

A superintendente explica que os relatórios elaborados pelos comitês são essenciais para traçar um panorama da situação materna e infantil em cada região do Estado. “Não podemos trabalhar com média. Tivemos grandes avanços em algumas regiões, mas ainda há muito que melhorar”, completou.

Após a implantação da Rede Mãe Paranaense, 79% das gestantes são atendidas com sete ou mais consultas durante o pré-natal. A ampliação desta cobertura é um dos fatores que mais influenciaram na redução dos índices de mortalidade. Outra garantia da Rede Mãe Paranaense que vem dando resultado é a vinculação da gestante ao local do parto. Atualmente, cerca de 70% das gestantes paranaenses já sabem onde vão ganhar o bebê ainda durante o pré-natal.

EVENTO

O encontro dos comitês, aberto nesta segunda-feira, também reúne profissionais das áreas de vigilância epidemiológica e atenção primária de regionais de saúde e municípios. O objetivo é integrar esses serviços, criando um ambiente de diálogo entre profissionais de áreas diferentes.

“Pela primeira vez estamos reunindo essas três áreas para discutir melhorias no processo de trabalho. Com os dados da vigilância epidemiológica, a análise dos comitês e as intervenções da atenção primária, podemos contribuir ainda mais na redução da mortalidade materna e infantil”, afirmou a representante do Comitê Estadual de Mortalidade, Rossana Viana.

O evento segue esta terça feira (3) com palestras, debates, apresentação de experiências e estudo de casos para atualizar os profissionais sobre o tema. Ao final do encontro, será iniciado o processo de planejamento para a reorganização dos comitês regionais, municipais e hospitalares.

Cristina Esteche

Jornalista

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