Preço do leite longa vida sobe no Paraná

Guarapuava – Desde janeiro, o leite ficou mais caro devido ao aumento no custo e na carga tributária. Os preços já estão 15% mais altos no atacado e o aumento deve ficar entre 3% e 20% no varejo, dependendo da origem do produto. Em Guarapuava, o preço subiu em média 7,5%.
Elevação do custo
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), o aumento no preço de custo justifica-se como uma readequação dos valores, em virtude do ciclo do produto. “O preço do leite havia subido durante cinco ou meses durante o ano passado, apresentou um recuo e agora subiu novamente”, afirma o proprietário de um supermercado da cidade, Luiz César Henning.
Ele comenta também que além do aumento já esperado para o longa vida, o leite de pacote também subiu – o aumento no preço de ambos é de 5%. “O valor do leite normalmente oscila bastante, mas tem como característica subir no Inverno e cair Verão”, observa Henning. Ou seja, por enquanto, o produto tem se caracterizado pela elevação no preço quando o mesmo deveria estar em queda. Atualmente, com as constantes variações, o preço do leite longa vida em Guarapuava tem ficado entre R$ 1,35 e R$ 1,45.
Já a proprietária de um outro estabelecimento, Mariany Medeiros, destaca que no seu supermercado a elevação do preço ficou em torno de 10%. Ela comenta também que no seu estabelecimento, as vendas do leite longa e do de pacote se equiparam – segundo a ABLV, o longa vida corresponde a 76% do leite consumido no país. Mariany também avalia que o aumento no preço não deve interferir nas vendas. “Deve continuar no mesmo patamar ou até subir um pouco, já que se trata de um produto essencial”, diz.
Tributação
Em 25 de janeiro, a lei 16.386 acabou com a isenção do ICMS para o leite longa vida na venda ao consumidor final – a isenção ocorria graças a uma lei de dezembro de 2005. Com isso o preço ao consumidor final pode subir até 20%. O reajuste, no entanto, pode variar bastante dependendo da procedência do leite – o produzido fora do Paraná tende a subir mais. Atualmente, 73% do produto consumido no Paraná vêm de outros Estados.
O presidente da regional de Guarapuava da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Daniel Hyczy, foi procurado pela reportagem para comentar o assunto, mas não foi encontrado.
Curiosidade: Os diversos tipos de leite
Atualmente, existem grandes variedades de leites comercializados que são preparados de diferentes maneiras. O leite mais comum é o leite de vaca e este pode ser classificado em:
– Tipo A: A ordenha é mecânica e o leite é encaminhado para um tanque onde ele é aquecido e logo após resfriado. Também é conhecido como leite pasteurizado. Contém mais gordura que proteína;
– Tipo B: A ordenha pode ser manual ou mecânica. As produtoras permanecem em estábulos e o leite ao ser retirado é resfriado numa temperatura de até 4ºC;
– Tipo C: A ordenha pode ser manual ou mecânica. As produtoras ficam livres em pastos e após a retirada do leite, ele é encaminhado a locais rústicos onde o leite é resfriado antes de ser levado para as usinas;
– UHT: O leite é submetido a um processo de ultrapasteurização para destruir qualquer microorganismo. O leite é aquecido em alta temperatura e em seguida resfriado;
– Longa Vida: O leite é submetido ao processo UHT e colocado em embalagens assépticas protegendo o leite de qualquer contaminação. Não há adição de conservantes. (Fonte: Brasil Escola)
Foto: Nagel Coelho/Rede Sul de Notícias