Prefeitura admite devolver dinheiro do concurso, mas aguarda decisão judicial

A Prefeitura de Guarapuava já admite devolver os valores pagos pelos inscritos no concurso público ofertado em março de 2011 e suspenso por ação do Ministério Público. A administração municipal recorreu e o caso tramita no Tribunal de Justiça do Paraná.
De acordo com a Assessoria de Comunicação do Município, a devolução dos valores pagos pelos candidatos depende de decisão judicial. Segundo a assessoria, a intenção do prefeito Fernando Ribas Carli é devolver os valores e então ofertar um novo concurso.

Esta é a segunda vez que um processo seletivo ofertado pela atual administração vai parar na Justiça por irregularidades. O primeiro cancelamento aconteceu em março de 2010 quando 16 mil pessoas estavam inscritas. A 2ª Vara Civel de Guarapuava acatou, liminarmente, ação cautelar impetrada pelo Ministério Público. A Promotoria encontrou diversas irregulares na organização do concurso, desde a contratação das empresas até o lançamento dos editais.

Suspeitas graves, como direcionamento na contratação das empresas e favorecimento a alguns dos inscritos, cercaram o que deveria ser o "maior concurso público da história de Guarapuava", segundo o prefeito Fernando Ribas Carli.

A Prefeitura jogou todas as fichas no Poder Judiciário, apostando que a Justiça derrubaria a liminar e autorizaria a realização do certame, mesmo com tantos flagrantes irregularidades, mas isso não aconteceu. O concurso foi cancelado e a Prefeitura teve que ressarcir os inscritos.

Novo concurso foi aberto pela Prefeitura. As provas seriam realizadas em 8 de maio de 2011, mas irregularidades também foram apontadas pelo Ministério Público. Contratação de empresa sem licitação (houve dispensa), falta de reserva de vagas para portadores de deficiências, membros da comissão inscritos no concurso, foram algumas irregularidades apontadas pelo MP.

A suspensão aconteceu dois dias antes da seleção. De acordo com a lista de inscrições homologadas e publicadas no site da Fundação de Apoio à Universidade Estadual de Londrina (FAUEL), cerca 13.268 pessoas estavam inscritas para prestar o concurso. Desse total, 6.324 candidatos foram cadastrados automaticamente porque não pediram a devolução da taxa de inscrição do concurso anterior, ofertado em 2010, e que foi cancelado pela Justiça.