Da Redação
Francisco Beltrão – Detentas da Cadeia Pública de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná, têm acesso a ações de combate ao câncer de mama. A campanha que estimula o debate e a prevenção da doença que mais mata mulheres no Brasil e no mundo está cruzando as grades por meio de um projeto da Defensoria Pública do Paraná bem conhecido das custodiadas da Cadeia: o de incentivo à leitura. Desta vez, as ações têm promovido atividades físicas e muita informação sobre a doença.
De acordo com a psicóloga da DPPR, Delair Spezia Pandolf, durante o mês de outubro, estão programadas atividades semanais com foco na importância do diagnóstico precoce do câncer. “As leituras estão sendo direcionadas para conteúdos referentes ao câncer de mama, a importância da prevenção e do autoexame. Os psicólogos da Defensoria elaboraram um material contemplando a temática e que nesse mês será lido e discutido com as mulheres”,
O Centro de Atendimento Multidisciplinar da Defensoria em Francisco Beltrão ainda buscou profissionais que pudessem contribuir para a iniciativa. Através de uma parceria com professores da Universidade Paranaense (UNIPAR) – campus Francisco Beltrão -, voluntários se propuseram a participar das ações. No início do mês, a professora de Educação Física, Duda Bortoloti, promoveu atividades de alongamento e relaxamento com as presas. Agora, uma profissional de Enfermagem deve visitar as detentas para falar sobre prevenção ao câncer e outras dicas de saúde.
Além disso, a partir de uma apostila produzida pela própria equipe da Defensoria, as mulheres encarceradas puderam se informar e discutir sobre o câncer de mama. “Vamos trazer o Outubro Rosa acontecer aqui dentro. O que acontece lá fora estamos trazendo para cá também”, pontua Delair.
OUTRAS INICIATIVAS
Mas não é só o aspecto da saúde que tem sido abordado na Cadeia Pública de Francisco Beltrão. Aproveitando o acesso às presas, a equipe da Defensoria também tem trabalhado a autoestima dessas mulheres, através de ações como levar profissionais da área de beleza para ensiná-las, por exemplo, sobre cuidados pessoais. Outra ação tem sido ajudar a reatar o contato com os familiares. Algumas detentas estão há meses sem ver os filhos, por exemplo. Nesses casos, a equipe da DPPR entra em contato diretamente com as famílias ou então com órgãos como os CRAS e os CREAS, para que ajudem a sensibilizar os parentes a retomarem os vínculos com quem ficou esquecido atrás das grades. Iniciativas que ajudam a melhorar o ambiente dentro da Cadeia e possibilitam melhores condições de ressocialização.
LEITURA
Originalmente, o projeto desenvolvido no início do ano pela Defensoria Pública na Cadeia de Beltrão envolve o estimulo à leitura através do empréstimo de livros e materiais didáticos às mulheres custodiadas no local. Também tem incentivado a produção de cartas manuscritas pelas próprias presas, proporcionando um espaço para que falem de seus problemas, desabafem e trabalhem a autoestima e o desejo de retomar a vida quando deixarem a prisão.