Um ex-vereador de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, investigado pelo Ministério Público do Paraná por se apropriar de parte dos salários de assessores parlamentares, foi preso neste fim de semana pela Polícia Civil. Ele estava foragido desde o final de novembro, quando teve mandado de prisão expedido pela Justiça (o mandado era temporário e venceu, mas o MPPR requereu a prisão preventiva do ex-parlamentar, que foi decretada na semana passada).
No início do mês, o ex-vereador foi denunciado pela 4ª Promotoria de Justiça do Foro Regional de Pinhais por suposta prática, por 37 vezes, do crime de corrupção ativa e também pelo delito de falso testemunho. Junto com ele, foram denunciadas mais quatro pessoas, incluindo três de seus ex-assessores (todos por falso testemunho). Em 20 de novembro, o núcleo de Curitiba do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Promotoria de Justiça cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências e em empresas do ex-vereador e de outra pessoa acusada de crime cometido a mando dele.
As investigações ocorrem no âmbito da Operação Racha, instaurada pelas 2ª e 4ª Promotorias de Justiça do Foro Regional de Pinhais, com apoio do Gaeco, para apurar esquema de funcionários fantasmas e de divisão de remunerações de assessores parlamentares comissionados que entregavam mensalmente parte dos seus vencimentos a alguns vereadores da comarca. As investigações continuam em curso para apurar a mesma prática em relação a outros vereadores e ex-vereadores de Pinhais.
OUTRO DENUNCIADO
No âmbito da mesma operação, na sexta feira passada (15), a 4ª Promotoria de Justiça do Foro Regional de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, denunciou criminalmente outro ex-vereador pela prática dos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, peculato e estelionato. Além dele, foram denunciados seis de seus ex-assessores, assim como sua esposa, filhos e seu advogado na época dos fatos.
Conforme apurou o Ministério Público, de janeiro de 2013 a dezembro de 2016, os denunciados fizeram parte de uma organização criminosa, que tinha como comandante o ex-vereador e objetivava o enriquecimento ilícito de todos os seus integrantes. Segundo a Promotoria, isso acontecia mediante a cobrança de parte da remuneração dos assessores comissionados, que, por sua vez, não precisavam comparecer ao trabalho, podendo ser considerados servidores fantasmas. A organização criminosa funcionava mediante divisão de tarefas, cabendo ao ex-vereador nomear os seus assessores, assim como receber uma parte dos valores repassados pelos seus subordinados.