A massa carcerária da Cadeia de Guarapuava se manifestou por meio de uma carta, escrita manualmente, onde reclamam do tratamento e atendimento de saúde dentro da unidade prisional. O texto foi encaminhado à Vara de Execuções Penais e aos órgãos competentes no dia 23 de abril. Os detentos consideram a carta um “pedido de socorro”.
Assim, eles alegam que há presos com problemas graves de saúde na unidade. Afirmam ainda que alguns têm necessidade de cirurgias e outros têm quadro de doenças crônicas [que são aquelas de progressão lenta e longa duração, ou seja, levadas por toda a vida]. Além disso, há também aqueles que integram o grupo de risco da covid-19.
E ainda outro questionamento dos detentos, gira em torno dos processos. Eles afirmam que uma revisão nas sentenças pode dar mais oportunidades de ressocialização para eles. Não há dados específicos sobre quantos recolhidos no cadeião já estão condenados e deveriam estar em locais apropriados para cumprimento das penas. O texto ainda alega uma morte por falta de atendimento. Esta última informação foi negada pelo Departamento Penitenciário.
A chefia da cadeia informou que oferece atendimento para todos os detentos que manifestam necessidade. “Tem um monte de preso que precisa sim, duas cirurgias estão marcadas. Tem preso que chega doente, ele é encaminhado para o ambulatório, e nós agendamos para ele tratamento clínico. São quase 500 pessoas presas, mas estamos tratando e cuidando, e não há nenhum registro de morte”.
Dessa maneira, apesar de superar a marca dos 500 presos neste ano, a unidade não teve nenhum caso confirmado de covid-19. A chefia informou que atualmente 440 presos ocupam as 32 celas do cadeião.
SUPERLOTAÇÃO
Há quase um mês, o Departamento Penitenciário do Paraná determinou a remoção de 140 presos do cadeião para outras unidades do sistema carcerário do município no intuito de desafogar o local. Assim, a decisão causou mal-estar entre o Depen e o Sindicato dos Policiais Penais (Sindarspen), que discordou da movimentação.
Desse modo, o cadeião de Guarapuava chegou a 501 presos em fevereiro deste ano. Entretanto, o projeto inicial era pra abrigar 166. Além disso, outro fato que marcou os primeiros meses de 2021 na unidade foi uma greve. Após 23 dias, ela teve fim, no dia 11 de março. Sete dias depois nove presos fugiram por um túnel.
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