22/08/2023
Brasil Economia

Pressionada por alimentos e bebidas, inflação sobe para 0,28%

Calculado pelo IBGE, o IPCA acumula 4,68% em 12 meses. Alimentos e bebidas tiveram elevação de 0,63% - mais que o dobro de outubro (0,31%)

Pressionada por alimentos e bebidas, inflação sobe para 0,28% (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A inflação oficial de novembro ficou em 0,28%, uma aceleração em relação a outubro, quando foi de 0,24%. A alta no preço dos alimentos foi o que mais impactou o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado de 12 meses, o IPCA soma 4,68%. Esse Índice mede a inflação para famílias com renda de até 40 salários mínimos. O resultado de 12 meses está dentro do limite da meta do governo, de 3,25% com tolerância de 1,5%, ou seja, até 4,75%.

ALIMENTOS E BEBIDAS

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IBGE, seis tiveram aumento de preços. O destaque ficou com o item alimentos e bebidas, com elevação de 0,63% – mais que o dobro de outubro (0,31%). Dessa forma, a alta representou 0,13 ponto percentual (pp) no IPCA, a inflação oficial do país.

O gerente da pesquisa do IBGE, André Almeida, aponta o fator clima como responsável pela variação positiva de preços. “As temperaturas mais altas e o maior volume de chuvas em diversas Regiões do país são fatores que influenciam a colheita de alimentos. Principalmente os mais sensíveis ao clima, como é o caso dos tubérculos, legumes e hortaliças”.

Os preços no subgrupo alimentação no domicílio subiram 0,75%, pressionados pela cebola (26,59%), batata-inglesa (8,83%), arroz (3,63%) e carnes (1,37%). Apresentaram queda, o tomate (-6,69%), a cenoura (-5,66%) e o leite longa vida (-0,58%). Já a alimentação fora de casa subiu 0,32%, alta menor que a de outubro: 0,42%.

SERVIÇOS PÚBLICOS

Outro item que contribuiu para acelerar a inflação de novembro foi habitação, que subiu 0,48% e pesou 0,07 ponto percentual. Reajustes de serviços públicos influenciaram o resultado. A conta de luz aumentou 1,07% por causa de recomposições de preços em Goiânia, Brasília, São Paulo e Porto Alegre.

Já a tarifa de água e esgoto subiu 1,02%, com aumentos localizados em Fortaleza e no Rio de Janeiro. Apesar de reajustes situados em determinadas cidades, eles entram no cálculo da média nacional do IPCA.

TRANSPORTES

Os transportes tiveram alta de 0,27% e impactaram o IPCA em 0,06 ponto percentual. O que mais contribuiu para essa variação foi o preço das passagens aéreas, que tiveram elevação de 19,12% – subitem com a maior contribuição individual (0,14 pp) no IPCA do mês.

Quedas nos preços da gasolina (-1,69%) e do etanol (-1,86%) ajudaram a segurar o preço dos combustíveis, que caíram 1,58%. Tiveram deflação no mês, isto é, recuo nos preços, artigos de residência (-0,42%), vestuário (-0,35%) e comunicação (0,50%).

INPC

O IBGE também divulgou nesta terça (12) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos. O índice subiu 0,10% em novembro, ficando abaixo do anotado em outubro: 0,12%. Em 12 meses, o INPC acumula 3,85%.

SALÁRIO MÍNIMO

A ministra Simone Tebet (MDB), do Planejamento e Orçamento, afirmou que a proposta do valor do salário mínimo para o próximo ano é de R$ 1.421. Caso a sugestão seja aprovada pelo Congresso Nacional, que deverá votá-la ainda neste mês, o valor já começará a ser pago a partir do início de 2024.

Assim, a alta no valor do salário mínimo corresponde ao aumento de 7,7% e R$ 101 a mais em relação ao piso atual, que é de R$ 1.320. Se aprovado, o aumento do valor atinge todos os trabalhadores, do setor público e privado, bem como para os aposentados e pensionistas.

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Antunes

Jornalista

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