22/08/2023
Em Alta Política

Prisão leva Bolsonaro à sala especial da Polícia Federal

Prisão foi motivada por violação da tornozeleira que Bolsonaro usava e convocação de vigília feita por Flavio em frente à casa do pai

Bolsonaro

Cumprimento da pena não será imediato (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

A manhã deste sábado (22) marcou mais um capítulo turbulento na crise política que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele encontra-se preso desde às 6h35, preventivamente por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido, no entanto, partiu da Polícia Federal (PF). A decisão, de caráter cautelar, não está diretamente ligada à condenação por tentativa de golpe de Estado, mas nasce de novos descumprimentos das medidas impostas.

De acordo com a decisão de Moraes, o estopim para a prisão se pauta na convocação feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O filho do ex-presidente convocou uma vigília em frente ao condomínio do pai, ainda na noite de ontem, sexta (21). A mobilização, interpretada pelo ministro como tentativa de pressão e possível obstrução da fiscalização, reforçou a avaliação de que o ex-presidente poderia acionar a base para impedir ações de monitoramento e cumprimento das cautelares.

Além disso, Moraes destacou que o Centro de Monitoração Integrada do Distrito Federal registrou a violação da tornozeleira eletrônica às 0h08 deste sábado. Um ponto central na fundamentação da prisão preventiva. Para o ministro, o episódio se soma a um histórico de condutas que indicam risco concreto de fuga.

No texto da decisão, ele relembra que, durante a investigação que culminou na condenação de Bolsonaro, veio à tona um plano de buscar asilo político na embaixada da Argentina. A combinação entre violação da tornozeleira, convocação de apoiadores e precedentes investigados levou Moraes a concluir que a prisão era necessária. Isso para garantir a efetividade das medidas judiciais e evitar novas tentativas de escapar do alcance das autoridades.

NA POLÍCIA FEDERAL

O comboio que transportava o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou à sede da Polícia Federal às 6h35 deste sábado. Após os trâmites iniciais, com identificação, registro e verificação das condições de custódia,  Bolsonaro foi transferido para a Superintendência da PF no Distrito Federal, onde permanecerá em uma ‘Sala de Estado’, estrutura prevista para autoridades como ex-presidentes da República.

Esse tipo de sala é projetado para garantir segurança institucional e preservar prerrogativas formais do cargo anteriormente ocupado. O espaço lembra a acomodação utilizada pelo então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde ele ficou detido entre 2018 e 2019. Ou seja: uma sala individual, sem contato com a carceragem comum, e com regras de visitação e circulação rigidamente controladas.

A permanência de Bolsonaro nessa área especial indica que, apesar da prisão preventiva, a PF mantém o protocolo destinado a figuras que ocuparam o mais alto cargo do Executivo. Trata-se de um ponto que deve reacender tanto debates políticos quanto críticas de grupos que pedem tratamento igualitário a investigados.

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Cristina Esteche

Jornalista

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