Da Redação, com Agência Brasil
São Paulo – A procura por crédito dos varejistas junto aos atacadistas, ou seja, o abastecimento dos pequenos e médios comércios varejistas nos grandes distribuidores, cresceu em todo o país 5,5% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. Em comparação, a demanda geral das empresas por crédito caiu 4,5% neste primeiro semestre em relação a 2016.
O crescimento do setor atacadista é comemorado após recuo de 13,8% em 2016 ante 2015. Os dados foram divulgados nesta segunda (07), em São Paulo, pela Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad) durante o maior encontro da cadeia de abastecimento em São Paulo.
“Isso significa que o varejo está procurando, não significa que já impactou no resultado do atacado, mas isso vem corroborar a expectativa que o segmento atacadista está tendo de um melhor segundo semestre”, disse o responsável pela área institucional e relações governamentais da Serasa Experian, Paulo Melo. A empresa de consultoria de crédito fez a pesquisa.
A região Centro-Oeste foi a que mais evidenciou essa retomada no primeiro semestre, com crescimento de 27,4% em relação ao mesmo período de 2016. “A safra agrícola foi muito forte, isso faz com que essas regiões que têm essa alavancagem cresçam mais por uma demanda maior”, ressalta Melo.
Em segundo lugar, vem a região Sul, com aumento de 11,1%, seguida pelo Sudeste (1,5%) e Nordeste (1,4%). A região Norte manteve o desempenho negativo no primeiro semestre com retração de 4,8% na comparação semestral 2016/2017.
INADIMPLÊNCIA
A inadimplência do varejo recuou 7,2% entre janeiro e junho deste ano em relação a igual período do ano passado. Segundo a Serasa, a queda foi mais expressiva que o recuo da inadimplência da economia em geral, de 6,4%.
“[Isso] traz uma boa notícia de que realmente a tendência de melhora existe. Podemos colocar também o índice de confiança do consumidor e do varejo, são situações positivas com tendência a melhoria”, explicou Melo. Segundo dados da Abad, 53,7% do consumo nacional são abastecidos diretamente pelo atacado.
FATURAMENTO DO SETOR
O presidente da Abad, Emerson Luiz Destro, afirmou que o segundo semestre deve seguir a tradição de aumento nas vendas, mas que as reformas [a serem votadas pelo Congresso Nacional] podem impulsionar o faturamento.
“No nosso segmento, o segundo semestre representa 55% do faturamento do ano e a gente acredita que, com essas reformas estruturantes que estão acontecendo, seja na redução das taxas de juros, na reforma da Previdência e até uma minireforma tributária, elas vão trazer um nível de confiança para os comerciantes do setor, pela própria indústria e isso com certeza alavanca um crescimento”, finalizou.