Numa fábrica da cidade, novos funcionários temporários devem aquecer a produtividade. Expectativas de vendas são boas
Os supermercados já estão se preparando para a Páscoa, a data do ano com o registro de maior venda de chocolates. As tradicionais parreiras de ovos nos corredores já estão sendo montadas e a expectativa dos lojistas é boa.
Segundo o gerente de um supermercado da cidade, Leandro da Mota, os preparativos começaram no Carnaval. Estávamos providenciando um espaço maior para a montagem deste ano, pois estamos apostando nas vendas, fala.
Mota comenta que, como são muitos fornecedores, a cada ano os consumidores são surpreendidos com novidades nos produtos. Eles estão sempre buscando um diferencial, algo que chame atenção e impulsione as vendas, observa. Para as crianças, o gerente diz que o carro-chefe são os ovos de tamanho intermediário, com formatos diferentes e com brinquedos.
Na DAlice Chocolates, fábrica de Guarapuava, a produção começou em janeiro. A loja só abre as portas duas vezes ao ano, nos períodos que antecedem a Páscoa e o Natal, mas os preparativos acontecem durante todo o ano. Como fazemos muita coisa artesanal, como as embalagens, usamos este período em que a loja está fechada para esta parte de confecção. Também nesta época viajo para muitas feiras e participo de cursos para trazer novidades para os consumidores de Guarapuava, destaca a proprietária Maria Alice Molenda (foto).
Quem entra na loja se delicia com o cheiro e formatos variados e criativos dos produtos. Ovos de cerâmica pintados e decupados com estampas contemporâneas servem de estojo para bombons recheados de licor. Ovos em formato de bolas de futebol, chuteira, coração, são algumas das opções de presentes. São papéis, laços e cestas bem diferentes, assim como os recheios importados dos bombons trufados. São os detalhes que fazem o diferencial da nossa fábrica, aponta.
Em março, o número de funcionários deve dobrar. Nós estávamos com 10 funcionários e agora vamos contratar o dobro de temporários, conta. A fábrica está no mercado há 15 anos e a cada ano a produção aumenta cerca de 30%, segundo a proprietária. São produzidos 80 quilos por dia. Investimos no ambiente de trabalho para que a produção fosse maior e o preço se mantivesse. São coisas bonitas e com preços acessíveis.
Os números da Páscoa
A indústria de chocolates no País não deve alterar o ritmo de produção no início de 2009 em razão da crise econômica. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o número de contratações para a Páscoa foi praticamente igual a 2008, de aproximadamente 25 mil pessoas, pelas 18 empresas que participam da associação.
Dados da Abicap indicam que a produção de chocolates (barras, bombons, tabletes, e produtos de páscoa) atingiu as 300 mil toneladas em 2008, 2,7% a mais que em 2007. O crescimento desde 2005 foi de 35%.
A Nestlé, por exemplo, contratará, entre janeiro e março, mais de 3,5 mil promotores de vendas temporários em todo o Brasil para o período de Páscoa. Na linha de produção, os contratos temporários já foram fechados e mais de 600 profissionais reforçam a fabricação de produtos de Páscoa desde setembro.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), mais de 60 mil pessoas devem ser contratadas por causa da expectativa de vendas na Páscoa, sendo que, desses, sete mil com possibilidade de ser efetivados.
De acordo com a associação, os postos de trabalho temporários neste ano devem superar em 5,87% os de 2008. Os empregos efetivos devem ter variação de 11,25%. Na Páscoa do ano passado, as vagas temporárias chegaram a 57 mil, crescimento de 16,32% em comparação com 2007, e o percentual de trabalhadores efetivados foi de 34%.
Das vagas previstas para este ano, 60% serão para as fábricas de chocolate. O restante das vagas, 40%, será no comércio. Conforme dados da Asserttem, os dois setores procuram profissionais com mais de 18 anos e ensino médio completo. O salário varia de R$ 500 a R$ 1,2 mil.
A produção de ovos de chocolate já teve início no último trimestre do ano passado, já que a demanda por chocolates no período foi menor do que o esperado. Com isso, havia matéria-prima em estoque e disponibilidade da capacidade instalada (espaço físico na linha de produção das fábricas).