22/08/2023


Agronegócio

Produtor usa lodo do esgoto doméstico como adubo

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Cristina Esteche, com Ediane Battistuz

O agricultor Gilberto Veronese encontrou uma maneira fácil de preparar o solo para o plantio. Ele é é um dos beneficiados com a entrega do produzido pelo lodo que é tratado a partir do esgoto doméstico.  O processo é desenvolvido pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

A primeira vez que o produtor aplicou lodo foi antes do plantio da soja, em 2011, em uma propriedade no município de Laranjeiras do Sul. Este ano, ele recebeu 980 toneladas. “Nunca tive dúvida do potencial do lodo agrícola. São feitas análises do lodo e do solo para saber exatamente onde e em que quantia é necessário aplicar. Há pouco tempo fizemos uma coleta para análise de precisão e a melhoria do solo é visível”, conta.

O engenheiro agrônomo que cuida das propriedades de Veronese, Márcio Dulnick, confirma. “A produtividade de soja aumentou 8.59 sacas por alqueire. Um aspecto bastante positivo é a melhoria da estrutura do solo. Os índices de cálcio, magnésio, potássio e fósforo aumentaram. O resultado disso é um solo mais rico e bem preparado. Quando há um período de estiagem, por exemplo, é possível perceber que o produtor colhe mais do que aquele que nunca incorporou o lodo agrícola ao solo”, destaca. Isto ocorre porque lodo, como matéria orgânica, contribui para o aumento da atividade biológica, melhora a absorção da umidade e possibilita melhor desenvolvimento vegetal.

De acordo com a Unidade de Gestão Ambiental da Sanepar, o lodo apresenta bom desempenho nas culturas de trigo, soja, feijão, milho e no reflorestamento. “Os próprios produtores asseguram que, além de ser um insumo gratuito, o lodo de esgoto aumentou significativamente a produtividade de suas lavouras. Um agricultor de Pitanga, por exemplo, utilizou o lodo em 20 dos 45 alqueires de soja que tinha. Onde não aplicou lodo colheu 140 sacos por alqueire e onde aplicou, foram 160 sacos por alqueire”, conta Luciano.

Monitoramento

A Sanepar faz o acompanhamento dos processos que envolvem o lodo desde o início: da sua preparação para que se enquadre à legislação ambiental, da aprovação das áreas onde será aplicado até a entrega do material. O lodo só é liberado para uso agrícola após todas as análises atestarem suas condições de uso dentro dos padrões da legislação. Após a incorporação do lodo no solo, a Sanepar continua visitando e monitorando as propriedades dos agricultores. Todo o processo, para cada lote de lodo e cada propriedade onde é aplicado, é registrado em fotos e relatórios. Anualmente, são enviados relatórios sobre a destinação agrícola do lodo ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que é o órgão fiscalizador do processo.

 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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