Nesta terça feira (27), acontece um dos principais julgamentos dos últimos anos no Paraná quando sentará banco dos réus o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho. O Tribunal do Júri foi marcado após nove anos do acidente no dia 7 de maio de 2009. Naquele dia o deputado estadual estava dirigindo seu veículo em Curitiba, quando em um cruzamento acabou se envolvendo em um acidente de trânsito.
Seu carro decolou e caiu sobre outro, onde estavam os jovens Carlos Murilo, de 19 anos, e Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, que morreram no local. O advogado criminalista e professor de Direito Penal, das Faculdades Cescage, Mário Elias Soltoski Júnior, explicou detalhes sobre o julgamento que foi marcado pela terceira vez.
Segundo o professor, essa é a chance do réu esclarecer os fatos.” Por uma estratégia de defesa os advogados podem entender que o ex-deputado não deve comparecer ao júri. Mas os próprios jurados podem tirar uma conclusão com essa atitude”, disse.
Carli Filho é acusado de duplo homicídio com dolo eventual, quando assume o risco de matar. “O dolo eventual é caracterizado pelo fato de assumir o risco. Mesmo não querendo, assume o resultado. Caso condenado por esse tipo de crime a pena é de seis a 20 anos. Mas, tem vários fatores que podem influenciar como é o caso de antecedentes, culpabilidade, conduta social, entre outros”, frisou.
No processo o laudo da perícia concluiu que o ex-deputado estava entre 161 e 173 km/h. Além disso, estava com a carteira de motorista suspensa, com 130 pontos e 30 multas, a maioria por excesso de velocidade. No único depoimento que deu à Justiça, em 2010, ele assumiu que bebeu antes de dirigir.
“O fundamento do júri popular é a sensibilidade direta. Será a percepção como cidadão de cada um neste processo. Os jurados apenas julgam se o réu é culpado ou inocente. Caso seja condenado caberá ao juiz presidente do tribunal aplicar a dosimetria”, explicou.