Entre as pausas da sala de aula, o professor Luciano Ortiz resolveu colocar no papel e compartilhar os seus hai-kais e nasceu o livro Hai critikai, lançado durante a 32ª Semana Literária do Sesc (Serviço Social do Comércio), em Guarapuava, no dia 17 de setembro de 2103.
De acordo com Ortiz, a obra apresenta e propõe um hai-kai de caráter crítico e libertário retratando um mundo além do que se vê, se ouve ou do que é sentido. “ Olhar o mundo e contemplar sua beleza já é dizer adeus. Por trás de um todo abstrato entre pensantes e pensadores existe um mundo que não se sabe se é secundário ‘dono’ de poder de condução muito forte frente ao poder natural que calado torna-se vítima do caos”.
Segundo o professor, a poesia deve caminhar além da natureza. “Escolher ser protagonista ou apenas plateia que silencia e segue a uma vontade pronta e construída derramada em nossas cabeças. A mudança do caos se transforma se ‘enxergarmos’, ou seja, reconhecermos quem somos e o que temos a transformar”.
No seu entendimento, a arte e a crítica favorecem juízos imparciais com total realidade de temas e acontecimentos do cotidiano, vidas e vivências próximas e distantes. O libertário insere em um meio com olhos voltados a todas as direções. É isso que propõe o livro.
“Este formato permite e faz com que cada sujeito possa ver, sentir, enfim, usar de todos os sentidos e analisar a realidade que o rodeia. Tudo ou todos iguais, permanece ou então, a mudança. A poesia flui as realidades de forma crítica e avaliada por cada leitor e muitas vezes reavaliada pelo próprio autor. A crítica não deve ser fruto de uma ideia construtiva ou destrutiva e sim ser ‘crítica’. Os porquês com seus acentos e sem acentos, com seus significados manifestados na interpretação própria ou na busca do que dizem os versos”.
Para o autor, poetas nascem da liberdade e não do direcionamento, das regras ou condução. “Se a liberdade é uma ação voluntária, gratuitamente a poesia é livre. A crítica de forma libertária respeita e é respeitada”.