Professora relata cenário de guerra no Centro Cívico

Bárbara Franco 

O dia 29 de abril de 2015 (quarta feira) ficará marcado na história do Paraná e principalmente na mente de professores, alunos e funcionários do Estado, que viveram momentos de tensão e medo em um cenário de guerra no Centro Cívico, em Curitiba.

Guerra, batalha campal, cenário de terror, medo, tensão, apreensão, é assim que a professora do Colégio Estadual Parigot de Souza de Inácio Martins, Maria Lucia Franco, descreve as quase duas horas de de confrontos entre manifestantes e policiais, com um número de 213 feridos entre eles,  colegas de Maria Lucia.“ Foi assustador ver as pessoas correndo sem saber para onde ir, passando mal, atingidas por bombas de efeito moral, balas de borracha, agressões com cassetete e jatos de spray de pimenta e principalmente ver colegas machucados. O efeitos do gás lacrimogêneo é horrível a sensação é de sufocamento”.

Enquanto manifestantes tentavam avançar em direção à Assembleia Legislativa do Paraná para impedir os deputados da base que aprovassem o projeto, policiais militares reagiam com as mais diversas armas para impedir a aproximação dos manifestantes. Um caminhão da tropa de choque ainda dispersava os servidores com jatos de água. “ A correria era tanta que em meio a confusão sem saber direito o que fazer me joguei no chão estava meio desorientada por causa spray de pimenta  que me causou cegueira momentânea e irritação nos olhos. Foi então que alguns colegas me ergueram e disseram que se eu ficasse no chão ia ser pisoteada”.

Maria Lucia afirma que ainda teve sorte de sair da “guerra” sem ferimentos, pois alguns de seus colegas saíram com ferimentos profundos causados pelas balas de borracha.