Professores de Mangueirinha ganham novo plano de Cargos e Salários

Da redação (com Rodrigo Mello) – Com o plenário da Câmara de Vereadores completamente lotado, a novela do plano de carreira dos professores da rede municipal de ensino de Mangueirinha teve um final feliz. A luta travada pela categoria durante 16 anos terminou com a segunda votação e aprovação por unanimidade do projeto de Lei enviado pelo Executivo que atualiza o plano de Cargos e Carreira dos professores.
Durante a sessão, na segunda-feira (14), o prefeito Albari Guimorvam Fonseca dos Santos e o vice Edenilson Palauro usaram a tribuna para falar a importância de aprovar um plano que fosse atual, contemplasse as reivindicações da categoria e recompensasse os professores por sucessivas negativas de administrações anteriores. “Uma briga marcada por ações administrativas revoltantes. Ainda existem documentos até hoje guardados que mostram como os professores foram tratados. Enfim prevalece a democracia”, desabafou o prefeito. 
O projeto começou a ser discutido há um ano e meio, e foi acompanhado de perto por professores e pela Prefeitura. Para tratar do assunto e entendendoque era preciso formatar um plano que equilibrasse as demandas dos professores e da Administração, o prefeito contratou uma empresa que finalizou o projeto. Pelo novo plano, professores licenciatura plena passam a receber dos atuais R$ 554 reais, R$ 750, um aumento de 35%. Já os professores do Magistério, que recebiam R$ 491, passam a ganhar agora R$ 600 reais. Outro avanço plano de carreira contempla professores que estão ingressando e que serão enquadrados de acordo com o nível de formação e de habilitação. O profissional que tem nível superior, licenciatura, ou graduação ingressará recebendo pela formação, o que vai beneficiar principalmente professores que fizeram o último concurso, ou que estão em estágio probatório. “Acredito que significada uma conquista muito grande. Não esperava que fosse tão imediata. Prova da sensibilidade do atual prefeito e sua equipe”, salienta a professora do magistério da escola Miguel Arlei Reis, que leciona a mais de 23 anos. 
Depois de uma reforma educacional ocorrida em 1992, a educação no Brasil passou a ter novos parâmetros e critérios, o que forçou, depois do reconhecimento do governo do Estado em 2004, os municípios a se adequarem a uma nova sistemática. Para o vice-prefeito, Edenilson Palauro, o problema de Mangueirinha era localizado e já deveria ter sido resolvido há muito tempo. “Estamos cumprindo mais uma etapa de um compromisso que assumimos durante as eleições. Tenho afirmado que nós estamos fazendo uma revolução na educação. Mas não é uma revolução olhando para frente, ao contrário, olhando para trás, porque para frente sabemos onde vamos chegar. Na prática este plano de cargos e salários significa uma regulamentação da categoria, um ganho real para os professores de licenciatura plena e do magistério”, afirmou.
Para o presidente da Câmara, Cláudio Manelli, a aprovação de forma unânime nas duas sessões mostra que a causa é justa e que os vereadores entenderam a necessidade do projeto. “Assim como o prefeito Guimo, a Câmara também mostrou sensibilidade com a causa dos professores, e com muita satisfação concretizou o plano de forma unânime”.
Segundo o vereador governista Aguinaldo de Oliveira “é um marco histórico para a educação, que partir de agora ganha novos rumos”, afirmou ao argumentar que outras administrações usariam o problema para barganhar votos em épocas de eleição.

Reflexos em sala
Com melhores salários e enquadramento correto, os professores agora querem mostrar, em sala de aula, o agradecimento pelo reconhecimento. Simone da Silva, professora a cinco anos na escola Pedro Antônio Casagrande, afirma que os reflexos do novo plano serão sentidos na prática. “A categoria precisava de uma valorização profissional. O salário faz toda a diferencia na qualidade da educação. Agora estamos preocupados em mostrar nosso empenho melhorando a qualidade de ensino em sala de aula”, afirmou. Para a diretora, Marlei Fior, também professora no Centro de Educação Infantil Menino Deus, a conquista mostra a competência da atual Administração. “Em 16 anos nunca tivemos aumento de salário. Sempre recebíamos o mínimo do que pedíamos. Considero uma vitória dos professores e acredito que se fosse outra Administração não teríamos sido atendidos”, concluiu.
Segundo a diretora do departamento de Educação, professora Ivonete Mendes, uma das responsáveis pela formulação do plano de Carreira, as discussões do atual plano iniciaram em maio do ano passado. Marcado por muito trabalho, foi efetivado mostrando que quando há comprometimento do poder Público os resultados são imediatos. “Hoje se confirmou que educação se faz com luta, e que quando se luta junto se vence. Acredito que todos os professores estão mais amimados, o que vai reverter em mais qualidade na educação de nossos filhos”, finaliza.