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Mais um caso envolvendo consequências negativas causadas pelo ‘peeling’ de fenol chama a atenção na área da estética. Nessa quarta (25), uma senhora de 64 anos deixou um dos hospitais de Curitiba, após se recuperar de queimaduras graves. As lesões de segundo e terceiro graus ocorreram depois da aplicação de ‘peeling de fenol’. A responsável pelo procedimento cursa Biomedicina.
No começo do mês, o empresário Henrique Chagas, de 27 anos, morreu depois que fez um ‘peeling de fenol’ em uma clínica estética. A proprietária, uma ‘influencer‘, não tinha especialização nem autorização para fazer o procedimento. Ela responde por homicídio. De acordo com a médica dermatologista, que atua em Guarapuava, Beatriz Garcia, o fenol existe desde meados do século 20. Entretanto, a associação ao óleo de Croton, conferiu maior penetração do produto na pele.
Conforme a médica, o produto é utilizado na Medicina há mais de 40 anos. Considerado um procedimento agressivo, no entanto, a aplicação é segura apenas nas mãos de dermatologistas e cirurgiões plásticos.
Infelizmente, a banalização de procedimentos médicos, realizados por pessoas sem a devida formação, leva a cicatrizes, deformidades, infecções, queimaduras graves e até mesmo à morte. E o fenol é somente um dos procedimentos banalizados e realizados por pessoas sem a devida formação.
O Portal RSN tentou contato com outros e outras profissionais que atuam na área, mas não quiseram comentar o assunto.
ANVISA
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) entrou na sexta (21) com uma ação na Justiça Federal. A entidade pediu que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibisse a venda de substâncias químicas à base de fenol para quem não for médico. Conforme o Conselho, atualmente, é possível encontrar farmacêuticos, biomédicos e esteticistas comprando o ‘peeling’ de fenol para aplicá-lo em pacientes.
O Cremesp e Conselho Federal de Medicina (CFM) defendem que somente médicos com especialização em dermatologia estão habilitados a executar o procedimento estético por considerá-lo invasivo. É que até a publicação da Anvisa, médicos, farmacêuticos e biomédicos estavam autorizados a fazer ‘peelings’ químicos, incluindo a modalidade com fenol.
Entretanto, o caso desperta polêmica. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) e o Conselho Federal de Biomedicina (CFB) possuem resoluções que autorizam os profissionais das respectivas classes a fazer ‘peelings’ químicos. Incluindo a modalidade com fenol. Entretanto, desde essa terça (25) uma resolução publicada pela Anvisa proíbe a importação, a fabricação, a manipulação, a venda, a propaganda e o uso de produtos à base de fenol em procedimentos de saúde em geral ou estéticos.
De acordo com a Agência, a medida cautelar objetiva zelar pela saúde e integridade física da população brasileira. A determinação fica vigente enquanto são conduzidas as investigações sobre os potenciais danos associados ao uso desta substância química.
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