22/08/2023


Política

Projeto proíbe pulverização aérea de agrotóxicos no PR

Mapa do Ipardes mostra que os novos casos de câncer se concentram nas áreas onde a aplicação de agrotóxico é mais intensa

tadeu

Um projeto do deputado estadual Tadeu Veneri (PT) proíbe a pulverização aérea de defensivos agrícolas nas plantações do Paraná, a partir de dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrando que menos de 1% das plantas são efetivamente atingidas pela pulverização e que o alcance do defensivo pode chegar a até 32 quilômetros de distância do alvo original. Os produtos se disseminam ao redor pelas correntes de ar e têm impacto direto na saúde da população e no meio ambiente em geral.

Por conta do elevado percentual de perda durante a pulverização aérea, que pode chegar a mais de 80% e atingir localidades distantes, o volume necessário de veneno para aniquilar insetos e outras espécies acaba sendo muito maior. O Brasil responde por 20% do uso de agrotóxicos em escala mundial e é o maior importador destes insumos. O mapa “Brasil, Uso de Agrotóxicos” mostra que, no período de 2012 a 2014, o Brasil utilizou um média 8,33 kg de agrotóxico por hectare cultivados.

Veneri observou que vários municípios do Estado já aprovaram leis vetando a pulverização aérea. “É importante que tenhamos uma legislação estadual para banir esse processo na agricultura”, justificou.

Entre os dez agrotóxicos mais vendidos no país está o glifosato, apontado pela Organização Mundial de Saúde como um dos causadores de vários tipos de câncer e potencial produtor de alterações na estrutura do DNA e nas estruturas cromossômicas das células humanas. O Paraná é o segundo estado em consumo de glifosato no Brasil, perdendo apenas para o Mato Grosso. Estudo do Ipardes aponta que o volume de agrotóxicos nas lavouras paranaenses tem aumentado significativamente assim como os registros médicos de intoxicação por defensivos. Mapa elaborado pelo Ipardes mostra que os novos casos de câncer de mama, de próstata e de leucemia se concentram nas áreas onde a aplicação de agrotóxico é mais intensa.

Foto da capa: Divulgação/Alep

Cristina Esteche

Jornalista

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