A promessa de ‘renovação’ na administração de Guarapuava parece seguir um rumo menos inovador do que o esperado [Renovação?! Ah! Ainda vou escrever que não é bem assim]. Mas, isso vem ocorrendo à medida que a composição do novo governo expõe incertezas e disputas políticas. Desde as primeiras indicações para cargos estratégicos, como Finanças, Educação e Saúde, o governo eleito tem enfrentado uma série de desistências e mudanças de nomes. O que revela um ambiente de transição marcado por indefinições e pela falta de consenso na formação de uma equipe coesa.
Esse contexto sugere que o projeto de garantir uma administração pautada em técnicos experientes pode estar comprometido. Afinal, até o momento, as escolhas parecem ser guiadas mais por alianças e critérios políticos do que por competência técnica. Na possível liderança da Surg, por exemplo, na quinta (8), houve um ‘quiprocó’, mas o prefeito eleito, Denilson Baitala (PL) contornou a situação na sexta (9).
Já para a Secretaria de Finanças, profissionais locais tiveram os nomes cogitados — como os empresários Johann Zuber Junior e José Artur H. Gomes —, mas ambos recusaram a participação direta no governo. Para essa secretaria, desponta agora um ex-assessor do Tribunal de Contas do Paraná, de fora de Guarapuava, que, embora tenha experiência na área financeira, teria solicitado moradia temporária de apenas três meses. O que sugere um compromisso transitório e levanta preocupações sobre a falta de estabilidade e de engajamento local.
BURKO PERDE FORÇA
Tido como o ‘homem forte’ da nova gestão, uma espécie de ‘guru’ ou conselheiro-mor, Vitor Hugo Burko (PL) já perde força gradativamente. De acordo com fontes de dentro do grupo, Baitala reduz os contatos e já não pede mais orientações a ele. Isso fica visível pela ausência de Burko no culto da Igreja Assembleia de Deus, e em outras comemorações.
Conforme pessoas ligadas a eles, está havendo incompatibilidade entre ambos. Burko prefere técnicos com qualificação comprovada para assumir cargos. Baitala já estaria cedendo a pressões externas e aceitando indicações que seriam políticas.
Nesse contexto, a vice-prefeita eleita, Rosangela Virmond (PSD) tem ganhado destaque e assumido um protagonismo cada vez maior, a ponto de, para alguns, parecer ofuscar a liderança do próprio prefeito eleito. Essa possibilidade é ‘voz corrente’ já nas rodas de conversas em eventos sociais.
NÃO VAI, MAS AGORA VAI
Inicialmente, houve o anúncio de que Rosangela não ocuparia cargos em secretarias, mas agora ela surge cotada para a Secretaria de Administração, assumindo um papel central na tomada de decisões. O convite teria partido do próprio Baitala. Rosangela, conforme fontes da Prefeitura, tem se cercado de conselheiros de ‘confiança’. Mas o que chama a atenção é que algumas dessas pessoas integram o grupo “Comprometidos” — de apoio ao atual prefeito Celso Góes e também a Cesar Silvestri Filho.
Uma delas, ocupa um cargo administrativo de nível médio na prefeitura há menos de um ano. Outro, a esposa é cargo de confiança de Góes e nunca escondeu o apoio ao atual prefeito. Recebi ‘prints’ dessa pessoa, fazendo uma oposição crítica a Baitala, inclusive com postagens ‘bizarras’ contra ele durante a campanha eleitoral.
Essa composição revela uma incongruência na estratégia de renovação. Ao mesmo tempo que evita contratar técnicos experientes de gestões anteriores, o governo seleciona conselheiros com histórico de lealdade ao atual prefeito. Esse movimento levanta dúvidas sobre a coerência e sobre o governo técnico prometido, onde Guarapuava pode ser governada por pessoas inexperientes ou de fora da cidade.
Uma coisa é certa: Denilson Baitala enfrenta um duplo desafio. Além de precisar firmar liderança para não ser ‘engolido’ pelo protagonismo impositivo de pessoas muito próximas a ele, terá de priorizar pessoas com qualificação e experiência em gestão pública. Isso para conduzir de maneira eficiente a Administração, já que ele próprio nunca escondeu que a familiaridade dele com a área é limitada. É ver para crer!
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