22/08/2023
Brasil Política

Protestos acontecem em 15 estados e no Distrito Federal

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Da Redação com Estadão Conteúdo, HuffPost, Folha e Agência Brasil

Brasília – Manifestantes a favor do impeachment e contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a novo ministro-chefe da Casa Civil estão reunidos desde o fim da tarde desta quarta feira (16) em frente ao Palácio do Planalto.

Segundo estimativas da Polícia Militar, o protesto já reúne cerca de 5 mil pessoas. O trânsito em frente à Praça dos Três Poderes foi totalmente bloqueado em razão da mobilização, que começou por volta das 17h, reunindo pouco mais de 100 manifestantes. Policiais militares fazem a segurança do lado de fora do Palácio do Planalto, onde está também a guarda do Exército e seguranças da presidência. No Twitter, os usuários pró-impeachment têm usado a hashtag #OcupaBrasília como forma de manifestação. O termo entrou nos trending topics da rede social no Brasil no início da noite.

Por volta das 21h30, os manifestantes estão caminhando em direção ao Congresso Nacional.

AVENIDA PAULISTA

No final da tarde de hoje, cerca de 30 pessoas iniciaram um protesto no vão livre do Masp (Museu de Artes de São Paulo), na Avenida Paulista.

De acordo com o jornal Estadão, o ato foi organizado pelo movimento 'Nas Ruas'. Segundo a porta-voz do movimento, Carmen Lutti, trata-se de uma manifestação organizada por  "um grupo de cidadãos indignados". O grupo cresceu a partir das 19h e, por volta das 21h já ocupava mais de quatro quarteirões da Paulista. No prédio da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), o pedido é de renúncia.

Além de Brasília e São Paulo, outras capitais brasileiras apresentam manifestações contra o governo e a nomeação de Lula, incluindo Recife, Belo Horizonte, Goiânia, Vitória, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Florianópolis, Recife, Curitiba, Salvador, Belém e Manaus. Houve panelaço e buzinaço em várias cidades.

GRAMPO

A GloboNews divulgou no início da noite desta quarta (16) uma conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o novo ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, que pode complicar a crise do governo.

A interceptação telefônica, feita com autorização da Justiça Federal, foi revelada depois que o juiz Sérgio Moro levantou o sigilo da 24a. fase da Operação Lava Jato, cujo alvo é justamente o ex-presidente Lula.

O áudio a que o repórter Vladimir Netto teve acesso mostra o seguinte diálogo:

– Dilma: Alô
– Lula: Alô
– Dilma: Lula, deixa eu te falar uma coisa.
– Lula: Fala, querida. Ahn
– Dilma: Seguinte, eu tô mandando o 'Bessias' junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!
– Lula: Uhum. Tá bom, tá bom.
– Dilma: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.
– Lula: Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando.
– Dilma: Tá?!
– Lula: Tá bom.
– Dilma: Tchau.
– Lula: Tchau, querida.

 
É o trecho assinalado acima que leva a Lava Jato para dentro do gabinete presidencial. Isso porque a fala de Dilma denota que Lula poderia usar o termo de posse "em casso de necessidade". A necessidade, investigada pela PF, poderia ser o possível cumprimento de uma prisão preventiva de Lula, apuram os investigadores da Polícia Federal.
 
No momento em que é empossado no cargo de ministro, o ex-presidente passa a ter foto privilegiado e não pode ser preso por decisão da Justiça Federal – a instância de Moro.
 
Essa declaração de Dilma poderia, portanto, indicar uma tentativa de Dilma e Lula obstruírem a Justiça, avalia o juiz Moro. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, nega que haja uma intenção de obstrução. Segundo ele , Dilma apemas queria uma assinatura de Lula no termo de posse, porque ele não poderia estar presente na cerimônia de posse, informa a GloboNews.
 
Agora que o Diário Oficial da União traz Lula como ministro da Casa Civil, apenas o STF (Supremo Tribunal Federal) pode analisar um processo contra ele. Segundo o G1, as investigações da Lava Jato serão remetidas por Moro ao STF.
 
 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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