Há uma frase creditada ao filósofo Aristóteles que singulariza muito bem a coragem de dizer a verdade de alguns líderes mundiais. Aristóteles teria dito: “Sócrates é meu amigo, mas sou mais amigo da verdade”. Foi com uma clareza singular que o Papa Francisco trouxe de volta o frescor da verdade e, em ato cirúrgico, atingiu 150 Chefes de Estado reunidos na Conferência da ONU. Sem receio ou constrangimento disparou: “o ser humano pode, sim, construir um mundo melhor, compartilhado por todos, sem fome nem miséria.” Disse mais. Classificou como irresponsável a atual gestão econômica global, administrada unicamente pela ambição, lembrando que a sede de poder e a propriedade material sem limites favorecem a miséria, destroem a biodiversidade e ameaçam a própria existência da espécie humana.
O exemplo de Francisco precisa atingir nossa terra, antes que seja tarde. Precisamos de líderes nacionais que, em nome da verdade, denunciem a irresponsabilidade de parte da situação e da oposição que brincam com o País e seus cidadãos. Ou se quer consertar o País ou se quer destruí-lo. Não existe meio termo. O que se vê hoje é uma base governista que conspira contra os interesses do Planalto quase com a mesma intensidade da oposição.
O PMDB que já foi remédio transforma-se em veneno. O guardião do Poder comete estelionato usando seu coração para estar bem com a opinião pública e o ventrículo direito para estar bem com o Governo. Este jogo duplo precisa ser desmascarado pela população, pois simultaneamente boicota o governo, sem demonstrar qualquer intenção de largar o osso.
Por outro lado, um governo refém de velhos vícios da política para agir. O momento exige serenidade, equilíbrio e disposição para tirar o País da areia movediça em que se meteu. Nunca é tarde para lembrar que não existe uma boa guerra ou uma paz má. Só sairemos deste impasse quando houver disposição para uma conversa altruísta que considere a expressão “ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”.
Falta altruísmo e coerência. Precisa-se com a máxima urgência parar de pensar sobre o futuro do atual governo. Sabemos que seu fim está com os dias previstos. Imprescindível pensar sobre o futuro do País.
Situação e oposição jogam um jogo que é impossível ter vencedor. Um canibalismo político em que o sucesso de um é impedir o sucesso do outro. Assiste-se um embate dos que não sabem falar com aqueles que não querem ouvir. Não há uma conversação legível. Está claro que o governo não está em uma situação ideal de fala, mas também está claríssimo que a oposição não quer entender o que se quer falar. O abstencionismo da oposição é quase criminoso, pois preferem a morte do ‘paciente brasil’ que a cura do mesmo pelas mãos do médico governista. Acreditam que podem ressuscitá-lo sem saber que a população cada vez mais cética já não acredita mais em vida pós-morte.
A população só quer a cura, independente do curandeiro. Do jeito que está, será preciso que o Papa Francisco venha ao Brasil e diante de situacionistas e oposicionistas diga a verdade que pode nos curar enquanto ainda é possível. Qual verdade? “Quando um não quer, saia da frente e deixe o outro fazer.” Ustedes no lo entiendes?